O Primeiro-ministro esteve esta tarde de visita a Monchique, de modo a inteirar-se de toda a situação, resultante do incêndio que consumiu 27 mil hectares de área.
António Costa reuniu-se no edifício dos Paços do Concelho, com os presidentes das Autarquias de Monchique, Portimão e Silves, ainda o Presidente da AMAL e o Presidente da Região de Turismo do Algarve, entre outras entidades, para garantir o apoio possível do Governo à região.
Na mesma reunião esteve, Eduardo Cabrita - Ministro da Administração Interna e vários Secretários de Estado, (Turismo, Habitação, Agricultura, das Florestas e Desenvolvimento Rural).
À chegada a Monchique o Primeiro-ministro disse aos jornalistas que a prioridade é «dar resposta à emergência e salvaguardar a vida humana e isso foi conseguido».O último balanço aponta para 41 feridos, entre eles 22 bombeiros e 1 grave, uma mulher de 72 anos que está internada em Lisboa.
António Costa salientou o papel «difícil e delicado» da GNR, que «salvo alguns casos, agiu em conformidade com a preocupação de salvar vidas humanas», o Primeiro-ministro exemplificou que «uma casa ardida pode ser reparável, a vida humana é irreparável».
Dar resposta às vítimas do incêndio e apurar as suas responsabilidades, foram outras questões prometidas aos jornalistas.
O Primeiro-ministro, enalteceu o trabalho feito por parte de todos os que combateram o fogo e defendeu a necessidade de se prosseguir com as medidas de limpeza em curso, a criação de mais faixas de proteção em todo o país, «trabalho que começou este inverno, mas é uma tarefa que temos de continuar de forma a reduzir cada vez mais o risco de incêndio».
No final da reunião, foram anunciadas algumas medidas de apoio, quer às autarquias, quer às vítimas e às empresas afetadas.
O Primeiro-ministro confirmou que todos os desalojados do Concelho de Silves já regressaram às suas habitações, em Monchique 11 pessoas, correspondente a 5 agregados não têm possibilidade de regressar às suas habitações, por terem ficado danificadas pelo fogo.Em Portimão não há desalojados.
Está identificado com a Segurança Social e com a Secretaria de Estado da Habitação, um conjunto de medidas de emergência para a reconstrução e reabilitação, ou para arrendamento de habitação, de forma a satisfazer estas necessidades. Há 17 habitações identificadas no Concelho de Monchique.
Todas as pessoas vão ser contactadas pela Segurança Social e Municípios.
A partir da próxima semana a Segurança Social, terá 4 linhas de atendimento para os apoios de emergência e duas unidades móveis irão para o terreno à semelhança do que foi feito em Pedrogão Grande e no incêndio de Outubro de 2017, para apoiar os afetados em diversas matérias.
Quanto aos animais, o Governante realçou «o trabalho muito importante de resgate de animais que permitiu ter um número de baixas limitadas, sendo prioridade assegurar a alimentação dos animais». O Centro de Distribuição Alimentar do Patacão já está abastecido quer com feno quer com ração para ovinos e para suínos, num trabalho coordenado entre o Ministério da Agricultura e os Municípios.
Na próxima semana vai ser disponibilizado açúcar para apoio aos apicultores que foram também bastante afetados pelos incêndios.
No terreno estão 11 técnicos da Direção Regional de Agricultura e Pescas, para fazer o levantamento dos prejuízos sofridos, havendo a possibilidade da formalização de candidaturas para o restabelecimento do potencial produtivo.
Relativamente às empresas ainda não há um número certo sobre as que foram afetadas, pelo que os Municípios vão contactar os empresários para uma reunião a acontecer na CCDR Algarve, para informar os lesados sobre as diferentes linhas de apoio que respondam às necessidades de cada caso.
Quanto às unidades hoteleiras que possam ser afetadas nos próximos dias, há uma linha de financiamento à tesouraria por parte da Secretaria de Estado do Turismo.
Outra medida anunciada tem a ver com o trabalho do ICNF - Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, em ações de estabilização de emergência, para evitar derrocadas e a contaminação de aquíferos, no entanto, o Governante confirmou que até este momento não há nenhuma linha de água ou fonte que esteja afetada na sua qualidade, de acordo com as últimas análises efetuadas.
Finalmente ficou decidido que sob a coordenação do Presidente da Câmara Municipal de Monchique, envolvendo os Municípios vizinhos e com apoio técnico da Administração Central e em particular da CCDR e do ICNF, «se elabore um programa para o reordenamento económico da Serra de Monchique de forma a assegurar que a Serra não tenha a sua atividade económica tão dependente de espécies de crescimento rápido, mas possa ter uma diversificação na sua base económica e mesmo turística» finalizou António Costa.
Refira-se que a autarquia de Monchique estima que os prejuízos resultantes deste incêndio, rondem os 10 milhões de euros.
O Algarve Primeiro sabe que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa também virá ao Algarve este sábado.