Política

António Eusébio questiona ministro sobre futuro do CHA

Na sequência das últimas notícias que têm vindo a público acerca da possível desagregação do Centro Hospitalar do Algarve, o líder do PS na região enviou uma carta ao ministro da saúde onde apresenta as suas inquietações.

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O Presidente da Federação do PS Algarve António Eusébio, questiona Adalberto Campos Fernandes, sobre as "alegadas decisões tomadas pelo Ministério da Saúde, e reforçadas pelo Presidente da ARS Algarve, que apontam para a extinção do Centro Hospitalar do Algarve.
 
António Eusébio frisa que “desde 2012, os serviços de saúde da região sofreram uma acentuada degradação, em particular na área da urgência/emergência, com a desqualificação dos serviços regionais do INEM e com a implementação de políticas economicistas”, que levaram “à contínua degradação dos cuidados de saúde hospitalares, motivando a saída de profissionais muito qualificados para o setor privado”, bem como “a uma redução da atividade produtiva cirúrgica.”
 
Na mesma carta, o também deputado sublinha “o aumento do tempo de espera para consultas e cirurgias e o aumento do número de pacientes enviados para o programa de recuperação de lista de espera cirúrgica.”
 
Em maio de 2013, o PS Algarve questionou o Governo de então “acerca do estudo, que esteve na base da decisão de criar o Centro Hospitalar do Algarve,” uma vez que “o modelo de governação escolhido, não tinha tido em conta a opinião dos profissionais dos respetivos Hospitais”.
 
"A situação foi de tal forma caótica que conduziu à demissão do Presidente da ARS Algarve, IP à época."
 
Para António Eusébio, “a integração foi feita ‘à bruta’, sem contar com a  posição dos profissionais e levou a uma redução da atividade cirúrgica, à degradação dos serviços, com perda de idoneidade formativa em diversas valências, com particular destaque para a Cirurgia e Ortopedia.”
 
O Presidente da Federação do PS Algarve recorda ainda “a fuga de muitos médicos para o setor privado” e "tudo isto testemunhado tranquilamente pelo atual Presidente da ARS Algarve".
 
Perante a mais recente proposta do Presidente da ARS Algarve, IP que visa a desagregação do CHA, António Eusébio solicita “informação sobre os planos funcionais que estão a ser equacionados para as unidades hospitalares de Faro e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio”, bem como “sobre as medidas que permitem a consolidação financeira e a captação de recursos.” 
 
No mesmo documento, o líder dos socialistas algarvios alerta o Ministro para "a pouca disponibilidade demonstrada por profissionais e dirigentes dos serviços de saúde em serem mais uma vez objetos de mudança, sem dela tomarem conhecimento e sem nela participarem, uma vez que só a resiliência demonstrada por eles tem permitido o normal funcionamento do Centro Hospitalar".
 
A terminar, o responsável do PS Algarve, solicita ainda informação sobre a avaliação efetuada pelos serviços do Ministério que, no âmbito da construção de novas unidades hospitalares, conduziram à exclusão da construção do Novo Hospital Central do Algarve das prioridades governativas para o curto prazo, quando todo o processo para a sua construção estava praticamente terminado (fase final de negociação) mas interrompido pelas dificuldades financeiras que levaram ao programa de ajustamento.
 
Não pondo em causa “a necessidade de avaliação do que correu mal no processo de fusão das unidades hospitalares” e da necessidade “de alteração do modelo,” o PS Algarve defende que “a região, muito para além de alteração de designações”, precisa de “medidas e políticas efetivas” e corretivas das perdas ocorridas nos últimos anos.
 
Algarve Primeiro