Contrariando a percepção do Governo, o Presidente da AMAL - Comunidade Intermunicipal do Algarve do Algarve, assumiu esta quinta-feira, à margem da conferência de imprensa relativa à situação da Covid.19, que se realizou na sede da Comissão Distrital de Proteção Civil em Loulé, estar convicto de que existe uma rota de migração ilegal para o Algarve.
Na mesma comunicação e não alongando muito o tema, o também autarca de Olhão, defendeu que o Governo deverá, por isso, criar estruturas de apoio na região para responder a esse tipo de cenário.
Recorde-se que sobre esta matéria, o Ministério da Administração Interna, tem assumido que os casos registados de desembarque de migrantes ilegais, não correspondem a nenhuma rota ilegal.
Esta quinta-feira, Eduardo Cabrita pediu a abertura de um inquérito à fuga de 17 migrantes do norte de África que desembarcaram em setembro no Algarve e fugiram, durante a madrugada de ontem, do quartel em Tavira onde estavam instalados.
Em comunicado, o Ministério da Administração Interna (MAI) adianta que o inquérito se destina "ao apuramento das circunstâncias da referida fuga e de eventuais responsabilidades disciplinares de elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e da Polícia de Segurança Pública (PSP)".
Os 17 migrantes integravam um grupo de 28 elementos que desembarcou na ilha Deserta, em Faro, e que foi depois, por ordem judicial, colocado à guarda do SEF até ao seu afastamento de Portugal por entrada irregular no país.
O grupo incluía também três mulheres, uma delas grávida, e um menor, mas apenas os 24 homens do grupo estavam instalados no quartel do destacamento de Tavira, segundo adiantou o SEF em comunicado.
Além dos 24 homens instalados no quartel de Tavira, as três mulheres que integravam o grupo “foram instaladas na Unidade Habitacional de Santo António, no Porto”, enquanto o “menor foi entregue ao Tribunal de Família e Menores de Faro”, esclareceu ainda o SEF.
Os migrantes oriundos do Norte de África foram intercetados na ilha Deserta a 16 de setembro e foram depois ouvidos no Tribunal Judicial de Faro por entrada e permanência irregular em território nacional, tendo sido aplicada como medida cautelar o seu afastamento de território nacional.
A embarcação em que os 28 migrantes chegaram à ilha tem cerca de sete metros e é semelhante às usadas nos outros cinco desembarques ilegais registados na região desde dezembro.
Este foi o sexto de desembarque ilegal na costa algarvia envolvendo migrantes do Norte de África.
O anterior tinha acontecido em julho, quando um grupo de 21 homens, alegadamente marroquinos, desembarcou na ilha do Farol, também no concelho de Faro.
Algarve Primeiro/Lusa