Nos dias 30 de junho, 1, 2 e 3 de julho, o Festival MED regressa em pleno, para a sua 18ª edição, depois de um ano de paragem (2020) e de uma edição especial adaptada à pandemia, o interMEDio (2021).
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A zona histórica de Loulé, será mais uma vez, o grande "palco" do MED, considerado um dos mais importantes eventos da Europa na "world music".
Além da música, haverá cinema, literatura, teatro, artes plásticas, artesanato e a gastronomia dos quatro cantos do mundo.
A apresentação das primeiras bandas aconteceu esta tarde no auditório do Solar da Música Nova em Loulé, onde foram desvendadas as primeiras 33 das 66 bandas que irão integrar o cartaz deste ano.
O Algarve Primeiro não faltou ao evento e falou com Carlos Carmo, vereador da Câmara de Loulé e coordenador do festival, referindo que ao fim de dois anos de pandemia, «é com muita satisfação que o MED volta em pleno».
40% dos visitantes do MED são estrangeiros
O responsável lembrou que o MED, além da sua função principal que é a musica, tem também um papel importante na dinâmica económica do concelho e uma função turística muito forte. 40% dos visitantes do festival são turistas estrangeiros e desses, 39% decidem vir até ao Algarve na altura do festival, «resultados obtidos em dois estudos efetuados em dois momentos muito distintos da vida do evento, que nos permitem direcionar muito daquilo que é a nossa promoção», frisou.
Questionado se ainda há receio em visitar este tipo de eventos devido à pandemia, afirmou que as pessoas «estão sedentas desta sensação de liberdade, e neste regresso à normalidade acho que vamos ter muita gente, o cartaz hoje apresentado é muito forte e heterogéneo, cumpre o objetivo de ir a vários pontos do globo, mantendo a sua essência original. Depois queria destacar três fatores que acho importantes, tentamos sempre trazer um novo país, ou vários que ainda não estiveram no MED, neste caso, refiro-me a uma banda da Mauritânia, temos também uma encomenda com um coletivo de Cabo Verde com nomes sonantes que se juntaram propositadamente para vir tocar a Loulé, onde farão a sua estreia e ainda antes do festival português da canção, já tínhamos convidado Maro, que venceu o festival e por muita felicidade nossa está connosco este ano. Finalmente, teremos um DJ de Loulé, que foi desafiado a criar um projeto específico para encerrar o evento e que terá com ele cerca de duas dezenas de performers em palco, num momento único».
Apesar da reputação do MED, a Câmara de Loulé vai continuar a apostar na sua promoção: «para que percebam, antes tínhamos de contactar os nomes que pretendíamos e explicar o que era o festival, hoje a dificuldade é escolhermos as centenas de propostas que recebemos porque todos querem ter no seu currículo este festival, ainda assim, vamos manter uma grande aposta em Portugal e também em Espanha, porque sabemos que a maior fatia dos turistas estrangeiros que nos visitam são espanhóis, sem esquecer o mercado britânico e o francês», explicou Carlos Carmo.
Umas das novidades é o «bilhete família»
Quanto aos bilhetes, ficou a garantia de que haverá novidades, mas só serão reveladas no dia 29 de maio, quando forem divulgadas as restantes 33 bandas, no entanto, foi adiantado que haverá o bilhete família, «porque o MED, tem um grande target, as famílias, que podem ir ao festival juntas e voltar a casa em momentos diferentes, aliás, a programação tem muito essa função, até a uma certa hora temos a família junta, a partir de outro momento podemos ter os mais jovens, e quando digo a família é desde o avô ao neto». A propósito, os bilhetes já estão hoje à venda através da BOL, tratando-se de um valor de pré-venda, anunciou o responsável.
Nesta edição, a organização fará também parcerias com algumas entidades locais, dando lugar as iniciativas que deverão decorrer fora dos "muros" do festival.
Como nota final, o coordenador vincou o facto de o MED, ser um evento premiado, fruto do trabalho e do investimento de uma entidade pública que é a Câmara Municipal de Loulé. Lembrou que se trata de um evento que prima pela sustentabilidade, seguindo a estratégia de adaptação às alterações climáticas do município, realçando que foi dos primeiros festivais a ter o copo reutilizável, espaços de restauração "movidos" a energia solar através de painéis fotovoltaicos, a instalação de pontos de água potável da rede para diminuir o uso de plástico, dispensadores para a deposição de beatas e de pastilhas elásticas, passando pelas papeleiras inteligentes. Iniciativas que foram reconhecidas pelo Fundo Ambiental que atribuiu o Selo Verde que premeia as boas práticas em festivais de música.
Das 17 edições realizadas, passaram pelo MED, 576 bandas de 52 países. Em 2022, serão 90 horas de música, divididas por 66 concertos em 12 espaços de atuação com 330 músicos de 21 nacionalidades. Números que para Carlos Carmo, representam «o mundo dentro de Loulé».