Em nota de imprensa, a Associação para a Defesa do Património Ambiental e Cultural do Concelho de Olhão – APOS, disse ter tomado conhecimento «da publicação de um edital no qual é requerido um Título de Actividade Aquícola com uma área de 100.000 m2, destinado à engorda de ostras e amêijoa-boa, numa zona identificada como sendo o maior banco natural da Ria Formosa».
No documento enviado à imprensa, lê-se que várias entidades e organizações têm vindo a pronunciar-se «de forma desfavorável» relativamente a este pedido de concessão, tendo a APOS decidido tornar pública a sua decisão, também ela desfavorável, na medida em que está convicta de que a permitir-se a sua concretização, «correr-se-ia o risco de o mesmo vir a provocar, fortes desequilíbrios ambientais, tendo em conta a dimensão da instalação e o impacto negativo que muito provavelmente provocaria».
Graves desequilíbrios sociais, retirando a muitos produtores da Ria Formosa, Mariscadores e Viveiristas, do concelho de Olhão e não só, a possibilidade de continuarem a trabalhar num terreno produtivo, do domínio publico, criando preocupantes desequilíbrios económicos uma vez que ao permitir-se a utilização privada desse terreno publico produtivo, tal afetaria os rendimentos e a sustentabilidade das suas concessões a inúmeros produtores, alterando dessa forma o tecido económico do Concelho, são outras questões apontadas.
Na mesma nota a APOS entende «oportuno recordar que nunca anteriormente foram autorizadas quaisquer concessões em áreas produtivas, que sempre tiveram que ser trabalhadas de raiz, assim como nunca foram autorizadas concessões com área superior a 1.500 m2», não compreendendo a alteração destes critérios.
Regista ainda que, «por estas e por outras razões levantou-se o alarme social» que se tem traduzido em várias tomadas de posição, que se referem, contrárias ao referido Título de Actividade Aquícola.