Sociedade

Associação Académica da Ualg recebe com "desagrado" mudança da Escola Superior de Saúde para Gambelas

Após tomar conhecimento de uma entrevista do Reitor da Universidade a um orgão de comunicação social regional, Pedro Ornelas - Presidente da Direção Geral da AAUAlg, manifestou "profunda tristeza e desagrado pela referida comunicação à imprensa antes de um despacho oficial a confirmar a mudança da Escola Superior de Saúde para o Campus de Gambelas".

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Pedro Ornelas, defende que estudantes, profissionais docentes e não docentes e todos os que tivessem interesse no caso "deveriam ser informados com um documento oficial e não pela comunicação social".
 
"Defendemos acima de tudo que no caso de os alunos continuarem no Campus de Saúde da UAlg, ao lado do teatro das figuras, seriam necessárias obras de reestruturação do edifico por não haver condições básicas para os alunos estudarem ou terem aulas no período letivo", avança o Presidente da Associação Académica, referindo-se "ás salas que não têm climatização, sendo um edifício antigo com mau isolamento, no verão os alunos queixam-se das salas atingirem temperaturas bastante elevadas e no Inverno sofrerem demasiado frio, entre outros problemas estruturais do edifício facilmente reconhecidos a olho nu".
 
Na possibilidade dos alunos mudarem para Gambelas existem outros problemas que devem ser solucionados antes de uma eventual mudança, defende Pedro Ornelas, como o estacionamento, que já não é suficiente para o atual numero de alunos que estudam no Campus, com um acréscimo de 600 alunos irá tornar-se incomportável. 
 
O principal acesso para a zona de Gambelas é através da "rotunda aérea" e todo o trajeto associado encontra-se prejudicado pelo elevado movimento que é gerado (prevê-se aumentos dado o aumento de número de alunos, funcionários, docentes e investigadores que vão passar a deslocar-se a Gambelas diariamente), algumas das vezes em vias estreitas e de fraca mobilidade. Atualmente o trânsito já se encontra frequentemente congestionado no nó de acesso para a variante do Aeroporto (sentido Faro-Gambelas), bem como na Rua Abel Viana no sentido Gambelas-Faro, nas horas de término de períodos letivos). 
 
Alguns dos cursos que são lecionados na ESSUAlg apresentam uma forte componente prática, sendo algumas das aulas, e também estágios, realizados no Centro Hospitalar Universitário do Algarve. Para além das possíveis consequências relacionadas com a construção de horários letivos, coloca-se o problema de transporte entre o campus e o CHUA. Os alunos passam assim a ter de dispor de mais tempo usado em viagens, acarretando mais gastos pessoais inerentes às mesmas.
 
O responsável aponta também o problema da falta de alojamento estudantil que de ano para ano diminui e que mais uma vez "estamos a deslocar alunos de um centro urbano com mais oferta para uma zona periférica sem possibilidade de expansão no imediato para fazer face às necessidades no próximo mês de Setembro, altura em que se inicia mais um ano letivo".
 
Pedro Ornelas realça ainda a grande procura turística da região que tem afetado "gravemente" o número de camas disponíveis para alojamento estudantil, criando grandes constrangimentos para a boa imagem da cidade de Faro como cidade universitária, bem como para a própria Universidade do Algarve.
 
Por estas razões o Presidente da Associação Académica, acredita "que não pode haver por parte da AAUAlg conivência no que à mudança da ESSUAlg para o Campus de Gambelas, pelo que tudo iremos fazer, para que se a mudança se efetivar os estudantes tenham condições para tal".