Saúde

Associação denuncia que serviço prestado pelo CMR Sul está em "declínio"

Foto - Depositphotos  
A Associação Movimento Determinante que também inclui utentes do Centro de Medicina de Reabilitação do Sul vê com preocupação o atual estado do Centro de Medicina de Reabilitação do Sul (CMR Sul).

PUB

Para a associação, que defende os direitos das pessoas portadoras de deficiência e dos seus familiares e cuidadores, desde que o CMR Sul perdeu a sua autonomia com a integração no CHUA em 2017, "tem-se observado uma degradação progressiva do Centro, tanto no que diz respeito às instalações, como em relação aos serviços prestados aos seus utilizadores por falta de pessoal", sublinha em comunicado. 

Encerramento de camas sem recuperação por falta de profissionais, degradação "gritante" do edifício sem ar condicionado no verão e invernos sem aquecimento, piscina terapêutica completamente degradada, pavimento de alguns corredores degradado "levando a risco de queda das pessoas que por lá passam", casas de banho com avarias, são algumas das denuncias da associação.

Outra denúncia, prende-se com o simulador de condução, que depois de ter sido inaugurado "não funciona porque a administração não autoriza o pagamento de algumas horas extraordinárias aos técnicos e médicos", lê-se no documento emitido à imprensa. 

Os representantes do Movimento Determinante, entendem que desde a criação da ULS Algarve, "assistiu-se a um declínio ainda mais acentuado no serviço prestado pelo Centro de Medicina de Reabilitação do Sul, quer ao nível do internamento, em que "uma das duas valências do Centro continua a servir de depósito para doentes do Hospital de Faro, situação que já se arrasta há alguns anos".
 
Outra situação está ligada ao ginásio do internamento, "que conta com cerca de 14 fisioterapeutas, alguns deles de baixa, quando deveria ter 25. A terapia ocupacional igualmente com défice de técnicos, tem cerca de 5 terapeutas ao serviço, quando deveria ter 14. Devido a esse défice de profissionais, os utentes internados estão a fazer duas ou três horas de reabilitação por dia, quando deveriam fazer muitas mais".

É ainda feito o alerta para a falta de orçamento para produtos de apoio, "que numa elevada percentagem dos doentes seguidos no CMRSul são a diferença entre a autonomia e a dependência de outras pessoas".

"A falta de investimento e a má gestão por parte das várias administrações, desde 2017, e agora pela ULS Algarve (Unidade Local de Saúde do Algarve) é a responsável pela degradação e declínio no serviço prestado pelo Centro de Medicina de Reabilitação do Sul, que serve a população do Algarve e Alentejo, outrora reconhecido pela excelência do serviço prestado", conclui a associação.