A Associação Regenerarte, criada por moradores da zona de Barão de São João, em Lagos, lançou uma campanha de angariação de fundos para tentar impedir a destruição da paisagem local e o esgotamento dos recursos hídricos provocados pela exploração massiva de abacate.
A associação já fez saber que se vê a braços com problemas de seca, referindo que, a região de Barão de São João tem já mais de 200 hectares de explorações de abacate, "uma produção que retira cerca de 3,5 milhões de litros de água do aquífero local, sendo evidente o estrangulamento dos recursos para a comunidade local".
A campanha na plataforma
GoFundMe tem como objetivo suportar as despesas da associação com um advogado, através do qual têm tentado fazer avançar um processo judicial contra as empresas responsáveis por estas plantações, denunciando incumprimentos da lei e as recomendações das entidades públicas.
Uma das organizadoras da campanha explica que as autoridades locais «não têm sido capazes de impedir a expansão das plantações», uma vez que, mesmo embargadas por falta de apresentação de um estudo de impacto ambiental, as explorações continuaram a plantar árvores e a implementar infraestruturas de irrigação, sublinha.
Os organizadores da campanha referem mesmo que, para permitir a plantação dos abacateiros, as empresas que adquiriram os terrenos «destruíram toda a vegetação local, abatendo inclusive espécies protegidas, como é o caso dos sobreiros, e que já é evidente o desaparecimento de insetos da zona».
Afirmam que há relatos de agricultores locais sem água, cujos poços e furos de captação de água já estão a secar.