Política

Associação UNIR alertou deputado do Bloco sobre inexistência do serviço de urgência de Psiquiatria em Faro

Para o deputado algarvio "importa ouvir e conhecer toda a realidade do Algarve, para mais facilmente atuar em prol de um desenvolvimento regional equilibrado e de uma melhor qualidade de vida para as suas populações".

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No âmbito do trabalho parlamentar do Bloco de Esquerda, na passada segunda-feira, uma delegação do Bloco que incluiu o deputado eleito pelo Algarve, João Vasconcelos, reuniu com a Direção da Algfuturo, com a Direção do Núcleo de Faro da Liga dos Combatentes, a que se juntou o Presidente da Liga, e com a associação UNIR, sediada em Loulé.
 
Uma das três reuniões aconteceu em Loulé, onde o parlamentar algarvio visitou a associação UNIR, a qual tem 16 anos de existência e dá apoio a 22 utentes adultos com problemas do foro mental, visando a sua reinserção sócio-familiar e profissional.
 
A Associação alertou o deputado para o facto de a doença mental estar esquecida por parte do Governo."Muito embora haja alguns apoios, estes são insuficientes face às inúmeras despesas com que a Associação se depara no dia-a-dia", acusaram os responsáveis.
 
Os bloquistas foram ainda alertados para o facto do Centro Hospitalar do Algarve não estar a dar respostas para a doença mental no distrito de Faro, em quem segundo a mesma fonte, o serviço de psiquiatria do hospital de Faro não tem urgência e em casos de crise, o utente é encaminhado para a urgência normal, fazendo a triagem junto com os outros doentes, sendo depois encaminhados para o respetivo departamento. 
 
Mas devido à má articulação dentro do hospital, os utentes ficam "perdidos" e por vezes, ao invés de serem encaminhados para a psiquiatria, acabam por regressar a casa, "tratando-se de uma lacuna grave, que revela a falta de sensibilidade para estas patologias, e que deve ser rapidamente resolvida".
 
Na reunião com a direção da associação empresarial Algfuturo, foram apresentadas as linhas programáticas da Associação, as quais incidem nos problemas da sazonalidade e da coesão territorial do Algarve. 
 
Segundo revela a mesma delegação em comunicado, "a Associação converge com o Bloco de Esquerda na defesa da criação da região administrativa do Algarve, logo, ambos favoráveis à implementação da regionalização, enquanto fator de valorização da identidade da região e potenciador de mais e melhor democracia". Para o Bloco, "sem regionalização não há descentralização de competências a sério".
 
João Vasconcelos apresentou os eixos prioritários políticos do Bloco no distrito de Faro, tendo destacado a luta contra a precariedade e o direito ao trabalho com direitos; a melhoria dos serviços públicos no Algarve, com destaque para o SNS; a luta por uma melhor mobilidade, com a abolição das portagens na Via do Infante e a modernização da ferrovia regional; a defesa do ambiente, a aposta nas energias renováveis e na diversificação económica; o direito à habitação para todos; e o combate à municipalização dos serviços sociais de acesso universal, entre outros aspetos.
 
O deputado bloquista manifestou ainda a sua preocupação com o processo de descentralização em curso, resultado de um acordo entre o PS e o PSD, o qual, no seu entender, está a ser mal conduzido. Neste quadro, os serviços de acesso universal, como a saúde e a educação, são motivo de preocupação para o Bloco, não podendo o Estado central desresponsabilizar-se dos mesmos, como acontece com o atual processo em curso.
 
Outra das preocupações e motivo de alerta é a habitação, designadamente a falta de oferta e os preços especulativos daquela que é disponibilizada no mercado de arrendamento.
 
O Bloco sublinhou, no final na reunião, "que no quadro de uma economia regional pujante, deve ser garantida a melhoria das condições laborais aos trabalhadores algarvios de todos os setores".
 
Já na reunião com a Liga dos Combatentes, o Presidente e o Presidente do Núcleo de Faro apresentaram o Estatuto do Combatente, referindo o deputado que a Comissão Parlamentar de Defesa apresentou uma proposta ao governo para que, ainda nesta legislatura, fosse reunida toda a legislação dispersa nesta área, assim como a concretização de algumas propostas do Estatuto do Combatente, as quais vão ao encontro das reivindicações dos militares.
 
Foi ainda dada a conhecer que a Liga dos Combatentes tem uma proposta para erigir em Faro um monumento de homenagem aos mortos da I Grande Guerra.