Sociedade

Até 26 de outubro Centro Cultural de Lagos mostra “Lugares de Sophia”

 
 
 
Foi inaugurada no passado dia 14, no Centro Cultural de Lagos, a exposição de fotografia que evoca “Lugares de Sophia”.

 
Trata-se de uma mostra que reúne cerca de 65 fotografias representando os ambientes mais familiares a Sophia e, estará patente para ser visitada até ao próximo dia 26 de outubro.
 
A 3 de outubro haverá novo motivo para voltar ao Centro Cultural, espaço que irá receber o Colóquio Internacional “Lagos onde reinventei o mundo” dedicado a Sophia de Mello Breyner Andresen e que integra a programação oficial do centenário. Uma oportunidade a não perder para quem quiser revisitar a obra de Sophia ou aprofundar o estudo da mesma.
 
Em paralelo e ao longo de todo o ano, o Município de Lagos, em parceria com o Município de Loulé, tem vindo a promover uma programação local dedicada a Sophia de Mello Breyner que poderá acompanhar através dos canais de comunicação municipal habituais. O próximo evento acontece no dia 28 de setembro, no Centro Cultural de Lagos, com o “Sul de Sophia”, uma performance audiovisual da Grafonola Voadora & Napoleão Mira, que pretende ilustrar o “Sul” de Sophia de Mello Breyner Andresen, realçando a importância que o Algarve teve na sua obra.
 
No momento da inauguração,  Guilherme de Oliveira Martins relembrou que o programa comemorativo se desenvolve em torno de três grandes polos: Porto (onde Sophia nasceu), Lisboa (onde viveu) e Lagos (onde a autora descobriu a Grécia e “ o “Mediterrâneo banhado pelo Atlântico”). Considerando Sophia uma referência absolutamente fundamental não só na cultura portuguesa, como em termos de cidadania, o Presidente do Grande Conselho do Centro Nacional de Cultura recordou igualmente que Sophia foi a deputada da Assembleia Constituinte responsável pelo texto mais importante até hoje produzido sobre o direito à cultura, tendo dedicado uma segunda intervenção à educação inclusiva, textos que – na expressão usada por Oliveira Martins – “não têm uma ruga”, uma vez que ainda hoje, mais de quarenta anos passados, continuam a poder ser lidos, mantendo toda a sua atualidade, o que revela a excecionalidade de quem os produziu. Na sua intervenção Oliveira Martins sublinhou alguns dos traços característicos da obra de Sophia, entre os quais a forte ligação entre a criação, a literatura, a arte, a natureza, a vida e as pessoas, assim como a dimensão do espaço.
 
Federico Bertolazzi referiu-se a Lagos como a cidade onde Sophia viveu uma espécie de epifania, não só ao nível da poesia, mas na sua relação com o espaço e com as coisas, recordando que foi com Teixeira de Pascoaes que Sophia aprendeu a fazer da paisagem uma linguagem. O membro da comissão organizadora do programa comemorativo do 100.º aniversário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, que é também um dos curadores da exposição, explicou que na base da mesma esteve o convite dirigido aos três autores para fotografarem esse processo de procura de exatidão, tal como Sophia fez com as palavras.
 
Hugo Pereira (Presidente de Câmara interino) e Sara Coelho (Vereadora da Cultura) agradeceram e congratularam-se com a oportunidade de colocar Lagos nos Lugares de Sophia, ou seja, nas comemorações oficiais do centenário, a par com Lisboa e Porto.