Foi hoje inaugurada, a 7ª Mostra Silves Capital da Laranja, onde para além da área da citricultura, estão presentes, até domingo, dia 12, dezenas de expositores ligados aos vinhos, agricultura, produtos regionais, doçaria, artesanato, gastronomia, associativismo e instituições locais e regionais. Sara Correia, José Cid e Mimo´s Orchestral Experience com a Banda da Sociedade Filarmónica Silvense, são os cabeças de cartaz desta edição, que decorrerá no espaço da zona ribeirinha junto à FISSUL.
A conferência Laranja XXI, com especialistas a debater temas centrais para a produção e produtores de citrinos, o “Festival Internacional de Cocktails Silves da Laranja 2023”, a animação musical infantil do João Violão ou a conhecida Marcha dos Namorados, atividade desportiva que integra o calendário de marcha-corrida do Algarve, são outros dos pontos altos do evento.
Na abertura do certame, a vice-presidente da Câmara de Silves, Luísa Conduto Luís, disse ao Algarve Primeiro, que a Mostra Silves Capital da Laranja, é uma aposta ganha: "foi uma aposta deste executivo, valorizando aquilo que é o melhor da região em termos agrícolas e obviamente fazendo uma valorização do território, colocando a laranja no cerne desta mostra". A autarca realçou que ao longo das sete edições, foram introduzidas algumas alterações para melhorar o evento, "há conselhos que nos dão, que fazem sentido e é isso que temos feito, nomeadamente no que concerne às crianças. Muitas vezes, os pais estão cá, e têm de ter alguma flexibilidade com as crianças, e nesse sentido, a nossa mostra permite ter um espaço, o Laranjinha Kid, onde os mais novos podem brincar em segurança e até têm teatro, portanto, temos aprimorado, e é isso que nos compete para que a mostra possa evoluir num sentido positivo".
Apesar de ser a laranja de Silves, o principal produto em destaque no evento, Luísa Luís Conduto, salientou que há muito para apreciar, com produtos derivados da laranja, o artesanato, produtos relacionados com o setor agrícola, desde os fertilizantes à maquinaria, passando pelo entretenimento.
Uma das presenças que esteve na abertura do evento, entre outros convidados, foi a do diretor regional de Agricultura e Pescas do Algarve, que explicou ao nosso jornal, que este tipo de certames fazem falta à região, "temos neste caso, aquilo que é a excelência do agroalimentar algarvio, a laranja que é a 'rainha' das culturas agrícolas, mas também o vinho, os frutos secos, a doçaria, ou seja, o produto transformado, 'casando' isso tudo com o turismo que é a nossa principal atividade económica. A melhor maneira de promovermos o setor primário e a transformação do agroalimentar é aproveitando os milhões de turistas que anualmente nos visitam. Acho que este tipo de eventos são fundamentais porque aliam aquilo que de bom produzimos aos clientes ou consumidores desses mesmos produtos", explicou.
Pedro Valadas Monteiro considera que há um número de eventos significativos na região ligados a esta área, no entanto, defende que seria importante haver um calendário mais preenchido, "sabemos que a produção agrícola está escalonada ao longo do ano, e por outro lado há especificidades no território do Algarve, que apesar de ser pequeno, é diverso, e poderíamos apostar em feiras mais temáticas dedicadas a produtos mais específicos de cada região, aí podemos trilhar algum caminho, mas o que temos feito é significativo. E acrescento, é importante apostar em três áreas para o Algarve, o agroalimentar, o turismo e a economia do mar, penso que será interessante para diversificarmos a base económica da região".
Sobre a inclusão do turismo no seio da agricultura algarvia, o diretor regional explicou que cada vez mais o turista vem à procura de experiências, "e as explorações agrícolas da região têm essa riqueza e algo de diferente relativamente ao produto típico que é o sol, o mar ou golfe, mas também o simples contacto com a árvore, o colher, o manusear a fruta, penso que será uma mais-valia, se cada vez mais abrirmos as portas do interior aos turistas. Toda a gente ganha, a exploração porque diversifica as suas fontes de rendimento, ganha o turista e o turismo porque consegue diversificar a sua oferta com produtos endógenos e genuínos", concluiu.