O projeto de construção do aeródromo municipal de Loulé está num impasse, disse hoje à Lusa o presidente da câmara, Vítor Aleixo, garantindo que apesar dos obstáculos legais e financeiros existentes não dá o projeto por encerrado.
“Não fechámos o dossier, gostaríamos de o concretizar mas, neste momento, é complicado pela circunstância de poder haver dificuldade em reunir os meios financeiros suficientes para concretizar o projeto”, admitiu Vítor Aleixo (PS), sublinhando que será preciso “mobilizar vontades”.
Em novembro de 2013, o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) anunciou que o projeto tinha sido indeferido por ter merecido um parecer negativo da autarquia vizinha de Albufeira, segundo o autarca, pelo facto de um dos ângulos de aproximação das aeronaves sobrevoar a freguesia de Paderne.
A outra autarquia vizinha, São Brás de Alportel, deu parecer favorável ao projeto cuja localização está prevista para terrenos próximos de Boliqueime e Vilamoura, paralelos à Via do Infante.
A relocalização daquele projeto, com 15 anos, para outra zona do concelho está fora de questão, disse aquele responsável municipal frisando que a localização já está definida no Plano Diretor Municipal (PDM).
Segundo o autarca, a aquisição dos terrenos destinados ao projeto representa uma fatia importante do investimento total e, perante as atuais dificuldades financeiras, a solução poderia passar pela “concessão a uma entidade privada que teria uma comparticipação na aquisição dos terrenos”.
O projeto do aeródromo municipal de Loulé surgiu em 1999 como contrapartida no protocolo de viabilização do projeto de construção Vilamoura XXI, que motivou a alteração do PDM.
Em 2007, o executivo municipal em funções (PSD) anunciou a construção do aeródromo municipal vocacionado para o tráfego de jatos particulares e aeronaves de menor dimensão como estratégia de fomento do turismo de luxo, tendo na altura previsto um investimento no orçamento municipal.
Em 2010, a Câmara Municipal de Loulé recebeu um estudo de viabilidade produzido pela ANA Aeroportos de Portugal onde o aeródromo era considerado como uma “alternativa à pista de Faro” e poderia vir a receber cerca de 15% do tráfego aéreo do Aeroporto de Faro, que na altura correspondia a cerca de 6.450 voos anuais de aviação executiva.