Economia

Autarcas da área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina reivindicam mais investimento

 
De forma a assinalar os 32 anos da criação do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, (PNSACV), os presidentes das Câmara Municipais de Aljezur, Odemira, Sines e Vila do Bispo, reuniram-se em Aljezur.

 
Da agenda de trabalhos foi analisado o balanço dos 32 anos do PNSACV; a sua cogestão; infraestruturas e serviços públicos locais e sub-regionais e a situação de seca vivida na região.
 
Segundo os autarcas, apesar de se tratar de "uma das mais bem preservadas regiões do país e do sul da Europa, tem-se pautado ao longo de vários anos e de vários governos por um crescente desinvestimento, nas várias áreas de atuação, nomeadamente ao nível dos recursos humanos".
 
Reconhecem que tem havido "melhorias significativas nos últimos 2/3 anos", mas "continua longe do ideal". 
 
Pedem uma urgente revisão do regulamento do Parque Natural, que consideram "decisiva para o futuro do mesmo e da própria região", exemplificando com os impactos provocados pelo perímetro de rega do Mira com a crescente atividade agrícola ou a pressão do autocaravanismo e campismo selvagem, com a necessidade de ordenar os espaços, estabelecer prioridades e captar novos projetos sustentáveis, com discriminação positiva para que se possam instalar na região.
 
Sobre a proposta de cogestão, que surge no contexto da descentralização de competências para os Municípios, os presidentes de Câmara vão solicitar uma reunião ao Ministro do Ambiente e ao Secretário de Estado do ambiente para discutir e aprofundar a proposta apresentada, no entanto, encaram aceitá-la depois de ouvidas as suas posições e de darem os seus contributos.
 
Relativamente às infraestruturas e serviços públicos os autarcas concluem ser esta uma região "com um dos piores níveis de acessibilidades locais, regionais e de ligação à rede nacional que o país conhece". O caso de Sines que continua sem uma ligação adequada à A2 e os restantes concelhos sem ligação por IC e o IC4 continuando interrompido em Bensafrim, foi um caso apontado. 
 
Face à falta de investimento, falam "no agravamento da intensidade de tráfego, número de acidentes e degradação acelerada das vias", com destaque para a EN120 e EN 390 (ambas com mais de 3 mil veículos diários), bem como a utilização intensiva das estradas municipais como alternativa.
 
Defendem ser urgente a construção da autoestrada de Sines a Grândola, bem como a conclusão do IC4, sendo que o traçado deste pode e deve coincidir maioritariamente com os traçados da EN120 e EN390.
 
Na área da Saúde, apontam que nos Municípios de Odemira, Aljezur e Vila do Bispo, há falta de profissionais e auxiliares nos Centros e Extensões de Saúde locais bem como nos hospitais de referência.
 
Quanto à situação de seca que assola o Sul do país, manifestam a sua preocupação com os níveis de disponibilidade de água nas albufeiras das bacias do Mira e Barlavento algarvio, decréscimo dos níveis freáticos no subsolo e a falta de planeamento na resposta a situações extremas, exigindo das entidades a elaboração de Planos de Contingência para a situação que já se vive e que tende a agravar-se.