“Os farenses desejavam mudança. Nós acreditámos, no decurso da campanha, que podíamos dar resposta a esse sentimento de mudança. Os farenses entenderam que outros responderiam melhor a esse sentimento e nós respeitamos a vontade dos farenses e damos os parabéns àqueles que venceram estas eleições”, declarou o também líder da distrital do PSD/Algarve.
A coligação “Faro Capital de Confiança” (PSD/IL/CDS-PP/PAN/MPT), encabeçada por Cristóvão Norte e composta por vários independentes, perdeu as eleições para o socialista António Miguel Pina que conseguiu reconquistar a autarquia que estava há 16 anos sob liderança do PSD, um feito histórico num concelho marcado pela alternância de poder entre PS e PSD.
Nas eleições de hoje, o PS conseguiu 39,48% dos votos e quatro mandatos (sem maioria absoluta), a segunda força mais votada foi a coligação PSD/IL/CDS-PP/PAN/MPT, com 31,64% e três mandatos, e o terceiro foi o Chega, com 17,26% dos votos e dois mandatos.
“Nós temos uma perspetiva que assumimos desde o primeiro minuto. Preferiríamos sempre, em todas as circunstâncias, perder de pé a ganhar ajoelhados. Ninguém, repito, ninguém aqui, em momento algum desta candidatura, durante estes meses, fez outra coisa que não fosse procurar a confiança dos cidadãos, com elevação, com sentido ético irrepreensível, valorizando a democracia e contribuindo para a justiça”, sublinhou.
O deputado e líder do PSD/Algarve disse ainda que não há “vitórias morais”, assumindo a responsabilidade pela derrota do PSD na região, mas notou que houve “avanços políticos” em algumas autarquias, como é o caso de Vila Real de Santo António, em que o PSD perdeu por 136 votos, e de outros concelhos em que a margem foi “extraordinariamente” curta.
“Teremos nos executivos mais vereadores, teremos nas juntas de freguesia um número substancialmente maior de juntas de freguesia que serão lideradas pelo Partido Social Democrata. Só em Loulé, por exemplo, vencemos seis juntas de freguesia e, portanto, aquilo que vamos fazer é aquilo que fizemos sempre. Continuar a trabalhar pelo Algarve, com o mesmo sentido de exigência, com o mesmo critério, independentemente de quem seja ou não o Governo em cada momento”, concluiu.
A Câmara de Faro era governada há 16 anos pelo PSD, primeiro com Macário Correia e, nos últimos 12, com Rogério Bacalhau, que concluiu o terceiro e último mandato permitido por lei na autarquia da capital algarvia.
Oito candidatos disputaram a presidência da Câmara de Faro, numa corrida que incluiu três partidos que pela primeira vez se apresentaram a eleições na capital algarvia (Livre, Volt Portugal e ADN - Alternativa Democrática Nacional).