O empresário de Turismo Ricardo Moreira é o candidato do Chega à Câmara de Olhão numa lista de “não políticos” que visa quebrar os 45 anos de domínio socialista na cidade.
O candidato, de 47 anos, é natural de Olhão, onde reside, justificou à Lusa a candidatura com o “estado em que se encontra a cidade de Olhão”, consequência da política que tem sido exercida durante 45 anos pelo PS, que “domina a cidade”.
“Não sou político e esta candidatura parte da necessidade de mudar o país porque já vimos que com políticos não vai”, assume o empresário, com negócios na área da animação turística e do alojamento na cidade de Olhão.
Licenciado em Turismo no ramo de Marketing pela Universidade do Algarve, afirma que a sua candidatura “não se identifica” com o crescimento “astronómico” desse setor e as restantes atividades a serem “colocadas para trás”.
O candidato queixa-se que a pesca, atividade que diz ter feito “crescer a cidade”, está a ser “dizimada”, resultando numa falta de emprego “astronómica”.
“Estamos a ficar, como todas as cidades do Algarve, com uma sazonalidade brutal, a depender do turismo e da restauração e no inverno ninguém trabalha e vai tudo para o subsídio do erário público”, aponta.
A “revitalização” da Ria Formosa, nomeadamente, os viveiros de amêijoas e ostras, é uma das suas propostas, já que “a maior parte” foi destruída pelas “descargas diretas de esgotos para as águas pluviais”, acusando a Câmara de “durante décadas” nada ter feito para fiscalizar a sua construção.
Para a resolução “completa” desta questão defende uma intervenção “de fundo”, que renove todas as estruturas de abastecimento de água e saneamento, que classifica como “obsoletas, subdimensionadas” e com ruturas “constantes”.
O candidato defende também a criação de condições para que mais empresas se fixem no concelho, “não só” na área do turismo mas “também da tecnologia”, assumindo que é essencial “renovar” as zonas industriais “completamente abandonadas pela autarquia”.
“Acima de tudo, criar emprego nesta cidade porque foi completamente dizimado em todas as áreas, resumindo-se à restauração e turismo e é com isso que queremos acabar”, sublinha.
O candidato considera que a atual aposta do executivo numa construção “massiva de segunda habitação” está a “descaracterizar” a arquitetura “tradicional” da cidade, que servia de atrativo aos turistas e habitantes.
Essas novas habitações são vendidas “a preços astronómicos” que impedem o cidadão olhanense de as comprar e que os remete para a periferia, não havendo “soluções para os jovens casais” no centro da cidade, concluiu.
Ricardo Moreira tem já como adversários conhecidos o atual presidente da Câmara, António Pina (PS), que procura a reeleição para um terceiro e último mandato, Álvaro Viegas (PSD), Roberto Silva (BE), Jorge Costa (CDU) e Alexandre Pereira (PAN).
Nas últimas eleições autárquicas, em 2017, o PS venceu com maioria absoluta, obtendo 51,75% dos votos e conquistando cinco dos sete eleitos, contra os dois obtidos pela coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM, segunda força mais votada, com 26,05%.
O BE foi a terceira força política mais votada, com 7,95%, e da CDU, quarta, com 7,89%.
Lusa