Conforme veio a público, a vacina contra a Covid-19 foi administrada a várias pessoas do Centro de Apoio a Idosos, as quais não se enquadram nos critérios desta primeira fase de vacinação por não se encontrarem em contacto direto com os utentes.
Segundo revela a Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda de Portimão em comunicado, "foi o que aconteceu com vários membros dos órgãos sociais do Centro – a todos foi oferecida a vacina, mas alguns recusaram – e com diversos elementos dos serviços administrativos". Entre essas pessoas vacinadas encontram-se Ana Fazenda, secretária da Assembleia Geral e Figueiredo Santos, presidente da direção do Centro e líder da bancada do PS na Assembleia Municipal de Portimão, acrescenta o partido.
Segundo a Administração Regional de Saúde do Algarve os critérios são muito claros: nesta primeira fase, por insuficiência de vacinas, não podem ser vacinadas pessoas que não lidem diretamente com os utentes de risco por não se encontrarem incluídas nos grupos prioritários.
O próprio secretário de Estado, Jorge Botelho, que coordena as medidas de combate à pandemia no Algarve, declarou que a lei é clara em relação aos critérios de prioridade no que respeita à vacinação. E remeteu a situação para a abertura de um eventual inquérito.
Em alguns pontos do país têm ocorrido casos semelhantes aos que tiveram lugar no Centro de Apoio a Idosos e que até conduziram à demissão dos seus responsáveis.
Para o BE, "são situações muito lamentáveis e com uma grande falta de responsabilidade e de ética, quando se sabe que muitas pessoas de risco precisam de ser urgentemente vacinadas e que as vacinas não dão para toda a gente nesta fase".
O presidente do Centro de Apoio a Idosos nega as acusações e diz que cumpriu com as regras definidas pelas Autoridades de Saúde. No entanto, o partido diz que "estranhamente, recusa dizer quem foi vacinado".
Neste contexto, o Bloco de Esquerda desafia o Presidente do Centro de Apoio a Idosos de Portimão a divulgar, publicamente, a lista das pessoas vacinadas no Centro, exigindo igualmente que, "com urgência", a Inspeção-Geral das Atividades e Saúde proceda à abertura de um inquérito à situação em causa e que sejam apuradas todas as responsabilidades.