Comportamentos

Benefícios de ter boa autoestima

Uma pessoa com uma boa autoestima protege-se melhor das agressões dos outros e do meio, é mais autónoma, livre e confiante e tende a procurar relações duradouras, de qualidade e sem dependências.
Uma pessoa com uma boa autoestima protege-se melhor das agressões dos outros e do meio, é mais autónoma, livre e confiante e tende a procurar relações duradouras, de qualidade e sem dependências.  
Foto: Freepik
Entende-se por autoestima a avaliação que fazemos de nós próprios e a capacidade que reunimos de nos considerarmos dignos de amor e respeito.

A autoestima começa a desenvolver-se na infância e evolui à medida em que o bebé se sente amado, respeitado, acarinhado e atendido nas suas necessidades.
 
A sua construção decorre ao longo de toda a vida e parte desse apego seguro que se recebeu dos pais ou cuidadores, no entanto, uma pessoa que não recebeu esse amor na tenra idade, pode desenvolver  o amor-próprio através das relações positivas que conseguir estabelecer, seja com um professor, um amigo, um cônjuge ou qualquer outra influência saudável, onde se inclui a ajuda de um psicólogo.
 
Segundo os especialistas, uma criança que cresce num ambiente seguro, consistente e onde se constrói uma relação de proximidade baseada num apego saudável, irá manter esse padrão nas mais variadas relações que estabelecer com os demais.
 
Uma pessoa com uma boa autoestima protege-se melhor das agressões dos outros e do meio, é mais autónoma, livre e confiante e tende a procurar relações duradouras, de qualidade e sem dependências.
 
Ao mesmo tempo, desfruta de um maior bem-estar e momentos de felicidade devido à segurança emocional que experimenta.
 
Reage muito melhor às adversidades e procura relações que a ajudem a evoluir, afastando-se de situações tóxicas e desagradáveis.
 
As pessoas com uma boa autoestima gostam de si mesmas e facilmente identificam a negatividade nos outros.
 
Alguém com uma autoestima  elevada prioriza-se e procura conhecer-se melhor ao longo de todo o seu percurso. Gosta dos outros, mas não se diminui nas mais variadas situações, pelo que desfruta de um maior grau de satisfação e alegria, além de valorizar muito mais aquilo que conquista.
 
Relativamente às relações sociais, uma pessoa com uma boa autoestima, por ser mais autoconfiante e segura das suas qualidades e capacidades, mantém relacionamentos mais saudáveis e baseados na integridade. São pessoas que dão mais de si porque se sentem bem consigo mesmas também, logo, são muito mais queridas e apreciadas pelos demais, o que naturalmente lhes reforçaa autoestima. No entanto, gozam de tanta independência que não precisam da aprovação dos outros para se sentirem felizes e para tomarem as suas decisões.
 
Estas pessoas sofrem menos de stress e de ansiedade precisamente porque não precisam de esconder-se, de fingir ou de mascarar emoções, pensamentos e sentimentos. Sabem conversar abertamente sobre qualquer assunto e dizer no momento certo aquilo que as inquieta. Igualmente conseguem não magoar os demais porque são genuínas e autênticas, habilidades que dão uma agradável sensação de conforto e de prazer de vida.
 
Uma pessoa com uma boa autoestima também se evidencia pela capacidade de lidar com os outros em pé de igualdade, pois como se sente bem consigo mesma, não se minimiza e, ao mesmo tempo, consegue fazer melhores escolhas no que se refere a grupos e amizades, pois quem é sincero, mais facilmente deteta a falsidade nos outros.
 
Anotam ainda os especialistas que, as pessoas com mais autoestima são mais otimistas e resilientes porque como acreditam nas suas potencialidades, sabem que, mais cedo ou mais tarde, vão conseguir alcançar os objetivos pretendidos. A autoconfiança dá-lhes força para lutar, mas também para saberem aguardar pelos resultados. São pessoas focadas nos seus planos e, como gostam muito de si mesmas, zelam para que o melhor lhes aconteça. Por norma, possuem muito mais tolerância, resistência ao fracasso e persistência precisamente porque acreditam que são capazes e que vão conseguir.
 
Na mesma sequência, uma pessoa com um autoestima elevada sente muito mais facilidade em definir objetivos realistas porque encara a vida frontalmente e sem máscaras, pelo que lhe é mais fácil prever o rumo dos acontecimentos e evitar aquilo que, à priori estará condenado ao fracasso. No fundo, estas pessoas possuem muita objetividade e pragmatismo, são inteligentes e orientam melhor a sua ação, o que lhes reduz o sofrimento e o contacto com cenários desagradáveis.
 
Para uma pessoa com autoestima elevada não é muito difícil gozar de uma boa assertividade e capacidade de dizer aos outros aquilo que pensa e sente.  Estas pessoas relacionam-se de forma equilibrada, logo não têm medo de expressar a sua opinião e, acima de tudo, de dizerem “não” quando assim o entendem.
 
Também são pessoas que aprendem com os erros em vez de lamentarem os fracassos. Cada situação menos agradável é um pretexto para progredir e para reformular, na certeza de que, na próxima situação, estarão muito mais aptas para fazer melhor.
 
Valorizam muito a responsabilidade porque sabem que é com ela que avançam na vida, que aprendem e que se sentem mais tranquilas e descontraídas. Uma pessoa que se responsabiliza pelos seus atos, não precisa de fugir das situações, tem muito menos medos e goza de mais qualidade de vida e bem-estar.
 
Segundo os entendidos, a forma  como uma pessoa cuida da sua própria vida, como encara e resolve os problemas, as pessoas com quem se relaciona e o sucesso a vários níveis, permite avaliar naturalmente se possui uma boa autoestima.
 
Pelo contrário, quando uma pessoa se julga fraca e incapaz, quando tem pouca ou nenhuma motivação, quando arrasta os problemas, quando arranja desculpas para não fazer isto ou aquilo, quando adia compromissos, falta às responsabilidades, mente, é fingida e possui relações tóxicas, percebe-se logo que é alguém que precisa de ajuda, pois possui uma baixa autoestima e isso impede-a de encontrar a realização e o bem-estar.
 
Por fim, nunca é demais lembrar que todos temos direito a ter uma boa autoestima. Se não a conseguimos desenvolver na infância pelo tipo de educação que recebemos, podemos sempre trabalhar o nosso valor e mérito pessoal ao longo da vida. Com a ajuda de uma terapia psicológica podem dar-se importantes passos nesse sentido, mas a vontade tem de partir de cada um de nós, da necessidade de nos olharmos por dentro e de querermos aprender a gostar cada vez mais de nós mesmos.
 
Fátima Fernandes