Sociedade

Biografia de "um notável algarvio no lado errado da história" apresentada no próximo sábado

Nesta sua nova obra, de cariz histórico e biográfico, o investigador dá a conhecer a vida e obra de um dos mais notáveis algarvios de sempre, natural de Alcantarilha.

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«Traidor ou Patriota? – José Diogo Mascarenhas Neto (Um notável algarvio no lado errado da história)», é o mais recente trabalho do escritor e investigador algarvio João Nuno Aurélio Marcos, autor de obras como «Os Viscondes de Lagoa» e «A caridade e as Instituições de Assistência Pública no Concelho de Lagoa», entre outras.
 
Nesta sua nova obra, de cariz histórico e biográfico, o investigador dá a conhecer a vida e obra de um dos mais notáveis algarvios de sempre, natural de Alcantarilha. 
 
Nascido no seio de uma destacada família algarvia, José Diogo Mascarenhas Neto foi inaugurar o Colégio dos Nobres, em Lisboa, onde estabelece ligações de amizade com vários membros da nobreza nacional. 
 
Frequentou a Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito. Ingressou na Magistratura, tornando-se Juiz-de-Fora de Leiria, onde viria a casar (desse casamento descende, entre outros, Mouzinho de Albuquerque), foi igualmente corregedor de Amarante e de Guimarães e Desembargador da Casa da Suplicação. No entanto, não é enquanto magistrado que José Diogo adquire o seu maior prestígio e dimensão histórica. 
 
Em 1791 foi Superintendente Geral das Calçadas e Estradas, tendo dirigido a construção da primeira estrada Lisboa/Porto. 
 
Foi, igualmente, Superintendente Geral dos Correios e Postas do Reino, sendo por muitos considerado como o fundador dos correios em Portugal. Foi por iniciativa sua que foram colocadas nas ruas as primeiras placas de toponímia e atribuído um número de polícia a cada casa, facilitando a distribuição postal.
 
Liberal, com ligações à Maçonaria, Sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa e sócio correspondente da Sociedade do Museu de Paris, foi preso em 1810, sendo exilado em Inglaterra e na França, onde se manteve até 1821.
 
A apresentação da obra, publicada pela Arandis Editora, irá realizar-se na casa onde José Diogo Mascarenhas Neto nasceu, em 1752, a Quinta da Cruz, actual «Hotel Capela das Artes», em Alcantarilha, no próximo sábado, dia 25 de Junho, pelas 16 horas. O espaço escolhido para a apresentação foi o Lagar de Azeite da antiga quinta, o primeiro a funcionar a vapor em Portugal.
 
A apresentação da obra estará a cargo da Professora Maria João Raminhos Duarte.
 
Uma oportunidade para os participantes conhecerem a Quinta da Cruz, actual Hotel Capela das Artes, podendo-se apreciar a vertente arquitectónica de uma casa senhorial cujas origens remontam ao Século XV, que integra uma capela consagrada no Século XVIII pelo Bispo Avelar. A rodear a casa, além de um vasto património histórico, como o poço medieval que abasteceu de água Alcantarilha até meados do Século XX, encontram-se peças do lagar de azeite e inúmeras oliveiras, a mais antiga das quais com 1.500 anos de idade.