Em comunicado, o Bloco de Esquerda faz saber que, o Centro de Experimentação Agrária de Tavira (CEAT) é o principal banco público de germoplasma vegetal e de salvaguarda de material genético do Algarve.
Trata-se de um terreno imaculado com 29 hectares, um repositório único para centenas de variedades de árvores de fruto, contemplando amendoeiras, alfarrobeiras, figueiras, nespereiras, macieiras, romãzeiras, citrinos e oliveiras, entre outras. Também contém uma vinha com 98 castas de vinho branco, 84 de vinho tinto, 56 de uva de mesa tinta e 52 de uva de mesa branca que têm sido preservadas ao longo do tempo.
Segundo o Bloco, “é notório a falta de investimento público no Centro e a equipa de trabalho no terreno encontra-se reduzida a três pessoas, à beira da reforma”.
No mesmo documento, os bloquistas realçam que, o Centro de Experimentação “ficará numa situação deveras problemática” se for para a frente a construção de uma estrada da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal, no âmbito da eletrificação da linha férrea regional, no troço entre Faro e Vila Real de Santo António. Para o mesmo partido, esta estrada, numa extensão total de cerca de 608 metros e com 20 metros de largura, “partirá o CEAT em duas partes e implicará a destruição de coleções de árvores de fruto e a demolição de cinco antigos laboratórios”.
Neste sentido, o Bloco “reprova, de forma inequívoca”, a construção da referida estrada, a qual que irá dividir o Centro de Experimentação em duas partes, conduzindo à sua degradação ainda mais acentuada e, possivelmente à sua extinção. “O que se impõe é a sua requalificação e modernização ao serviço do desenvolvimento sustentável da agricultura no Algarve”, evidencia o BE.
De acordo com o mesmo comunicado, foi aprovado esta semana na Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas o requerimento apresentado pelos deputados João Vasconcelos e Ricardo Vicente, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, que solicita a audição na Assembleia da República do Secretário de Estado da Agricultura e do Mundo Rural, “para dar as explicações consideradas necessárias em relação ao CEAT”, concluiu.