A Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda/Algarve diz ter debatido "a grave crise económica e social que continua a vigorar na região".
Em comunicado, lembra que o Algarve é região do país em que, por força da pandemia e da monocultura do turismo, a crise tem sido mais aguda, "com elevados índices de desemprego, de precariedade, encerramento de muitas micro e pequenas empresas e de exclusão social, em que os apoios do governo, ou não existiram, ou foram muito insuficientes".
Com a invasão russa e a guerra na Ucrânia, os bloquistas entendem que a crise socioeconómica está a fazer-se sentir de forma "dramática na região, ainda não refeita das nefastas consequências da Covid".
O Bloco justifica que chumbou o Orçamento do Estado para 2022 do governo PS, por ser "mais do mesmo, igual ao que já tinha apresentado e por por não corresponder às necessidades dos portugueses", alertando que devido à subida da inflação para mais de 4%, os preços e os impostos vão subir, "com os trabalhadores a sofrerem um corte real nos salários e pensões, tanto no setor público como no privado, cuja reestruturação empresarial vai levar ao despedimento de milhares de trabalhadores".
O partido critica ainda que o Orçamento do Estado não apresente investimento público no Algarve, referindo que as obras estruturantes "continuam a não passar do papel", referindo-se ao hospital central, aos investimentos nos hospitais de Faro e de Portimão, a requalificação da EN 125 entre Olhão e Vila Real de Santo António, a modernização do transporte ferroviário, a construção de um plano de gestão e eficiência hídrica, a requalificação de portos e lotas e o desassoreamento de barras e canais.
O Bloco espera ainda que o Plano de Recuperação e Resiliência não funcione "como uma autêntica miragem", defendendo que tanto o Orçamento como o PRR, deverão ser instrumentos para a diversificação da economia regional pelo apoio a projetos com forte componente de inovação em áreas como as energias alternativas, a investigação agrária e o reordenamento do território.
A solução para o BE, é que o governo canalize os investimentos que o Algarve necessita, "robustecendo os apoios para a construção de habitação para todos, promover a subida real dos salários dos seus trabalhadores e adotar medidas de combate à precariedade, ao desemprego e contra a pobreza e a exclusão social".
A Comissão Coordenadora Distrital do BE/Algarve exorta ainda os trabalhadores a participarem nas manifestações do 1.º de Maio, "por melhores condições de vida e pelo direito a viverem com dignidade".