Política

Bloco propõe criação de uma Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário na Baía de Armação de Pera

 
Na zona costeira de Silves, Lagoa e Albufeira, entre o farol de Alfanzina e a marina de Albufeira, situa-se o maior recife rochoso costeiro do Algarve.

Trata-se de acordo com o Bloco, "de um dos maiores do país, que beneficia de condições naturais únicas que favorecem a biodiversidade marinha, entre as quais se incluem várias espécies com interesse comercial, outras ameaçadas e raras, bem como novas espécies para a ciência", contudo, o partido diz que o recife rochoso encontra-se atualmente sob pressão da pesca comercial, da pesca lúdica e das atividades marítimo-turísticas, que podem colocar em risco este ecossistema, tendo a Universidade do Algarve, através do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), e a Fundação Oceano Azul promovido um estudo da área, com vista à criação de uma Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário na Baía de Armação de Pera (AMPIC).
 
O Bloco de Esquerda defende que é "imperioso proteger e preservar a biodiversidade, cada vez mais ameaçada a nível global", com vista a melhorar o estado de conservação de espécies e habitats. Por outro lado, a criação da AMPIC irá contribuir para a contenção da sobre-exploração dos recursos marinhos do Algarve, possibilitará a melhoria da produtividade e a sustentabilidade da pequena pesca e será um fator importante para a diversificação do tecido económico regional, muito assente na atividade turística.
 
O BE lembra que recentemente, ocorreram na Assembleia da República diversas audições que envolveram a Universidade do Algarve, a Fundação Oceano Azul, as câmaras municipais de Silves, de Lagoa e de Albufeira, várias associações e entidades ligadas às atividades da pesca e do mar e o próprio Governo, "que permitiram a recolha de um vasto conjunto de contributos e esclarecimentos sobre a AMPIC".
 
Assim, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda entregou, na Assembleia da República, um Projeto de Resolução propondo ao Governo:
 
- Que proceda à criação de uma Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário na Baía de Armação de Pera, envolvendo, através de processos participativos, todas as partes interessadas nas diferentes fases de designação e implementação da AMPIC.
 
- Que elabore e concretize programas de monitorização ecológica e socioeconómica da AMPIC para avaliar os efeitos da criação da área protegida e para possibilitar uma gestão de base adaptativa, com vista ao cumprimento dos objetivos propostos.
 
- Que assegure os meios técnicos e financeiros adequados para a fiscalização permanente da AMPIC.
 
- Que incentive a gestão partilhada da pesca local permitida na AMPIC, incentivando, para o efeito, a criação de comités de cogestão constituídos por representantes do Estado, profissionais da pesca, organizações sindicais, organizações não-governamentais, comunidade científica, entre outras entidades relevantes.
 
- Que garanta e concretize medidas compensatórias justas para os profissionais da pesca e outros profissionais afetados pela criação da AMPIC.