Sociedade

Caçadores do Algarve realizam ação de limpeza com fins solidários

A Federação de Caçadores do Algarve (FCA) vai promover, no domingo, uma ação de limpeza de campos e matas, em parceria com as associações, clubes e empresas cinegéticas, cujos lucros reverterão para Instituições de Solidariedade Social.

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Esta é a 9.ª edição da ação de limpeza promovida pelos caçadores algarvios em toda a região e a FCA vai contar "com a participação de 3.000 pessoas" e "a colaboração logística de Juntas de Freguesia e de alguns municípios", como Monchique, Faro ou Castro Marim, disse à agência Lusa o presidente da Federação, Vítor Palmilha.
 
A mesma fonte explicou que as ações anteriores tiveram sucesso e permitiram a recolha de centenas de toneladas de lixo dos campos e matas algarvios, apontando como termo de comparação as "790 toneladas recolhidas no primeiro ano, que se foram reduzindo ao longo do tempo e chegaram às 180 toneladas, no ano passado".
 
Vítor Palmilha considerou que estes números demonstram que a FCA tem conseguido atingir os seus objetivos, que passam por "sensibilizar os próprios caçadores para a necessidade de recolherem o lixo que fazem e os cartuchos das espingardas" e por "consciencializar a população em geral para não jogar fora e abandonar eletrodomésticos e outro lixo" nos campos.
 
"Outro dos objetivos é, com o dinheiro da venda do ferro e do material recolhido, oferecer um eletrodoméstico a cada um dos 16 concelhos do Algarve, a Instituições de Solidariedade Social ou famílias carenciadas identificadas pelas câmaras", acrescentou.
 
Vítor Palmilha justificou ainda a escolha de Castro Marim [na freguesia de Altura] para a concentração dos caçadores, às 09:30, e para um almoço convívio onde será "assinado um protocolo entre a Câmara local e cerca de duas dezenas de clubes e associações de caça, que irá atribuir 1.500 euros a cada uma para fazerem limpeza e desmatação".
 
O presidente da Câmara de Castro Marim, Francisco Amaral, revelou à Lusa que este "protocolo é inédito no país" e permite à autarquia fazer "um investimento na prevenção de fogos florestais", uma vez que muitas destas vão incidir sobre os arredores de povoações do concelho, a maioria delas situadas na serra e em montes dispersos.
 
"A Câmara tem competências na área da Proteção Civil e os incêndios combatem-se fora da época estival, com prevenção. E há um entendimento entre a FCA e a Câmara para dar prioridade à limpeza dos matos à volta das povoações", acrescentou o autarca, frisando que o município vai gastar com este protocolo "cerca de 60 mil euros".