Sociedade

Câmara de Albufeira inaugurou exposição "única no país" sobre a I Grande Guerra (C/FOTOS)

A autarquia de Albufeira recorda a I Grande Guerra com duas exposições, numa só, bem como testemunhos locais.

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Foi inaugurada esta quinta-feira, no Espaço Multiusos de Albufeira a exposição “De lágrimas e de lama – 14-18 nos olhos de um soldado” da responsabilidade da associação Cívica, dirigida por Paulo Marques, presidente daquela associação de portugueses em França.
 
A outra exposição é da responsabilidade do Arquivo Histórico de Albufeira com o título “A marchar para as trincheiras – relembrar 1914- 1918”.
 
Esta mostra que revela ao visitante a participação dos naturais de Albufeira na I Grande Guerra, apresenta também relatos contados por familiares dos soldados.
 
Quanto à exposição com curadoria da Cívica, mostra fotografias em estereoscopia, uma técnica fotográfica que procura simular a sensação de profundidade espacial.
 
A sensação de visão tridimensional é uma consequência do cruzamento de duas imagens semelhantes que criam noções de profundidade, distância, posição e tamanho dos objetos.
 
Nesta exposição, as fotografias foram tiradas durante a guerra 1914-1918, nas trincheiras, testemunhando as condições dos soldados nas mesmas.
 
A exposição conta com o apoio do comité interministerial Francês "Mission Centenaire", do Alto Patrocínio da Presidencia da República, do Ministério da Defesa e do Município de Albufeira.
 
 
No decorrer da exposição serão apresentadas fotografias contemporâneas do Primeiro Ministro e do Presidente da República em memória das vítimas e dos 100 anos das comemorações do armistício da grande guerra.
 
Na cerimónia de inauguração das duas exposições José Carlos Rolo - Presidente da Autarquia de Albufeira, falou ao Algarve Primeiro de «orgulho por se tratar de um exposição única no país, realçando a ligação da autarquia com a Cívica, em poder proporcionar uma parte desta exposição e também todo o trabalho do arquivo histórico da autarquia, que complementou a mostra que acho fabulosa».
 
O autarca lançou o convite aos professores e às escolas para que organizem visitas a esta exposição, de forma a que os mais novos saibam um pouco mais sobre a I Guerra Mundial, já que nas palavras de José Carlos Rolo, «o futuro só se consegue prever, se conseguirmos interpretar o passado, aprendendo com os erros, e acho que a história faz imensa falta para definir o futuro».
 
Cultura e conhecimento são duas vertentes para as duas exposições que partilham o mesmo espaço, o edil confidenciou que o seu Avô materno, esteve na I Guerra mas em Moçambique, e que a presença portuguesa foi significativa, não só para os que partiram para França, mas também para os que foram para Angola e Moçambique.
 
José Carlos Rolo, avançou que a mostra é uma ligação entre Albufeira e França, agradecendo o contributo do Museu Militar de Elvas que cedeu, alguns objetos ligados à I Grande Guerra. 
 
Paulo Marques da Associação Cívica e José Carlos Rolo, Presidente da Câmara de Albufeira
 
Já o Presidente da Cívica - Paulo Marques, disse ao nosso jornal que a inauguração das duas exposições «é para mim um momento emotivo, e como tal temos que alertar as novas gerações para a nova realidade e a nova realidade em França é essa, pelo que não devemos esquecer os soldados que morreram nas trincheiras. Realço que com duas exposições que poderíamos considerar distintas, fizeram uma e nós já franceses, filhos de pais portugueses, aprendemos uma parte da história que muitas vezes desconhecemos porque Portugal teve essa realidade, e esta exposição fez também com que uma dezena de autarcas franceses de origem portuguesa viessem até Albufeira, para assinalar essa realidade dos nossos antepassados».
 
Paulo Marques evidenciou ainda a abertura do Presidente da Câmara para a vinda da exposição para a cidade algarvia, «destaco a ousadia de Albufeira em ter esta exposição, única no país, que passou nos últimos 4 anos pela Alemanha e França, finalizando o seu percurso em Albufeira e isso é de louvar».
 
Sónia Negrão, Arquivista da autarquia, revelou na parte final da inauguração, que há registo de 125 nomes de soldados de Albufeira que foram chamados para a guerra, todos esses nomes estão inscritos nesta exposição, numa merecida homenagem.
 
A mesma responsável apresentou alguns temas em destaque como as inovações bélicas da altura, a participação das mulheres na grande guerra, as manchetes dos jornais e caricaturas, a vida nas trincheiras, a batalha de La Lys e a hora do armistício.
 
Refira-se que a exposição, de entrada livre, pode ser vista de segunda a sexta, das 9h30 às 17h00 (encerra entre as 13h00 e as 14h00) e ao fim de semana entre as 14h00 e as 19h00, até 31 de outubro.