Para o autarca de Monchique este alargamento do prazo "será fundamental até pelas condições em que algumas espécies se encontram e que carecem de um apoio técnico mais próximo".
Em comunicado, a Câmara Municipal de Monchique refere que se encontra a preparar uma ajuda direta aos proprietários, em conjunto com a Associação dos Produtores Florestais do Barlavento Algarvio e que resultará na criação de um Gabinete da Apoio Técnico, "uma vez que o Governo não acedeu ao pedido do presidente Rui André para a reabertura dos serviços do Ministério da Agricultura, através da Extensão Rural no concelho, principalmente nesta fase em que o apoio seria fundamental, quer para as candidaturas, quer para o acompanhamento e ajuda aos produtores agrícolas e florestais".
A autarquia diz que a situação de dificuldades na elaboração das candidaturas e a necessidade de apresentação do Regime Jurídico das Ações de Arborização e Rearborização, obrigatória para a zona ardida e que se integra na Rede Natura 2000, implica um processo mais moroso e burocrático, o que tem dificultado a submissão de candidaturas.
No entender do autarca de Monchique, se esta fase de candidaturas não for aproveitada para envolver os proprietários na reconstrução estrutural, "teremos que esperar por mais uma catástrofe para repensar de novo a nossa floresta", sendo "urgente que sejam definidos programas concretos para determinadas espécies como o Sobreiro, muito afetado no incêndio de agosto, e com prejuízos, para já incalculáveis, já que se desconhece a forma como estas árvores vão regenerar-se, o que não se coaduna simplesmente com a candidatura em aberto".
Rui André sugere também a criação de um Observatório Técnico, com o envolvimento do Governo, para monitorização e acompanhamento da recuperação vegetativa destas espécies autóctones, situação que deverá envolver também o conhecimento académico, estando a Câmara empenhada nessa vertente.
No mesmo comunicado pode ler-se que o alargamento do prazo para a fomalização de candidaturas, caso seja aprovado, permitirá no entendimento da autarquia, que mais pessoas possam concorrer e beneficiar dos apoios, "ao mesmo tempo que se combate um eventual fracasso desta medida, que seria o resultado obtido no final do tempo inicialmente previsto, não fosse a Câmara Municipal de Monchique, sem responsabilidades nesta matéria, a envolver-se no processo, criando um Gabinete de Crise, contratando técnicos especializados, o que resultou na elaboração da maioria das cerca de 300 candidaturas apresentadas".
