Economia

Câmara de VRSA culpa anteriores executivos por dívida

Grande parte da dívida da autarquia de VRSA está consubstanciada em investimento.

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Na sequência da divulgação do relatório sobre a ‘Execução Orçamental da Administração Local 2017', publicado esta quarta-feira, pelo Conselho de Finanças Públicas, a autarquia de Vila Real de Santo António esclarece que está a desenvolver um conjunto de medidas de contenção financeira, há vários anos, com vista a reduzir a sua dívida.
 
A autarquia diz que o relatório baseia-se em dados de anos anteriores (2014 a 2016) "que não refletem, de forma real, as medidas de redução da dívida em curso" justificando que está em renegociações com a banca para diminuir as taxas de juro dos empréstimos contraídos. 
 
Grande parte da dívida da autarquia de VRSA está consubstanciada em investimento e em despesas de capital, pelo que nos últimos 12 anos, o Município "aumentou o seu património de 15 para 200 milhões de euros, valorizando os seus ativos".
 
Sobre esta matéria a edilidade reflete em nota de imprensa que nos últimos anos, foram investidos 65 milhões de euros em novas redes de água, esgotos e drenagem de águas pluviais, 17 milhões na educação e 20 milhões de euros na área da saúde. Somam-se a estes valores mais 100 milhões em infraestruturas básicas para o concelho, como são os casos das novas escolas, das piscinas, da casa mortuária, da requalificação da antiga EN 125 ou do edifício da Câmara Municipal.
 
Diariamente, a autarquia confirma que continua a monitorizar as suas principais fontes de despesa corrente, procurando especial contenção de gastos nas áreas dos combustíveis e transportes, impressões, comunicações, iluminação pública, horas extraordinárias e fornecimento de bens serviços externos, medidas que se juntam ao ao plano de Contenção Financeira, em vigor há mais de cinco anos, "o qual já permitiu uma poupança superior a 12 milhões de euros, resultado da aplicação de uma centena de medidas transversais a todas as divisões e setores da atividade".
 
Através deste conjunto de ações, a Câmara de Vila Real de Stº António, procura regularizar e normalizar a sua situação económico-financeira, respondendo à situação conjuntural de crise, que foi o principal fator responsável pela redução das receitas municipais nos últimos anos.
 
Na mesma nota de imprensa lê-se que "os anteriores executivos deixaram tudo por fazer em matéria de abastecimento e saneamento de águas residuais, pelo que foi necessário a autarquia endividar-se em cerca de 60 milhões de euros para resolver todas estas situações".
 
A edilidade recorda que a autarquia de Vila Real de Santo António herdou dos mandatos socialistas "uma pesada dívida", nomeadamente: um empréstimo no valor de 7 milhões de euros relativo à construção de habitação social; mais de 20 processos em tribunal que contabilizam prejuízos na ordem dos 5 milhões de euros para o município; a que se somam 20 milhões de euros em faturas que não estavam lançadas pelos anteriores mandatos PS em sistema de contabilidade.