Sociedade

Câmaras de Olhão e Vila Real de Santo António lançam programa inovador de cuidados de saúde intermunicipais

A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e a Câmara Municipal de Olhão criaram o programa «Cuidar», uma forma inovadora de partilha e otimização de recursos que permitirá dar resposta mais rápida e próxima aos problemas de saúde dos munícipes de ambos os concelhos algarvios.

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Nesta primeira fase, o programa está centrado nas patologias ligadas à área da oftalmologia, tendo em consideração o novo aumento das listas de espera nesta especialidade, que ultrapassa atualmente os dois anos no sul do país.
 
Para beneficiar do «Cuidar», os munícipes deverão inscrever-se na Divisão de Ação Social da autarquia de VRSA, a partir desta semana, e na autarquia de Olhão, a partir de 28 de julho. Espera-se que o programa venha a atender cerca de 100 pessoas/mês.
 
Para Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA, «o programa «Cuidar» é um alerta para as deficiências do Serviço Nacional de Saúde e representa uma iniciativa histórica e um virar de página na gestão autárquica»..
 
«Fechar os olhos ao que se passa com as listas de espera é fechar os olhos aos problemas das pessoas. Não podemos ficar de braços cruzados quando a situação dos serviços de saúde públicos no Algarve é preocupante», nota Luís Gomes.
 
Para António Pina, presidente da Câmara Municipal de Olhão, o «Cuidar» é a prova de que tratar das pessoas não tem partidos nem cores políticas», referindo-se ao facto de o programa estar a ser implementado por autarcas eleitos por forças partidárias opostas.
 
«O que nos preocupa é cuidar das pessoas. Não podemos dormir descansados quando há munícipes que precisam de tratamentos médicos a que o Serviço Nacional de Saúde não dá resposta», continua o autarca Olhanense.
 
No futuro, o «Cuidar» irá estender-se a outras especialidades, podendo vir a agregar mais concelhos a esta rede de cuidados de saúde que se quer próxima das pessoas e das famílias.
 
Os custos da rede serão divididos pelos dois municípios, que terão ao seu serviço um médico que fará a triagem dos casos mais urgentes.
 
Pretende-se que o programa se dirija preferencialmente a pessoas com rendimentos inferiores ao salário mínimo nacional ou que não dispõem de capacidade para suportar os custos dos tratamentos numa unidade privada.
 
Recorde-se que o município de VRSA foi pioneiro no envio de pacientes a Cuba, em 2007, altura em que, em Portugal, esperava-se 4 anos para conseguir uma consulta de oftalmologia e aproximadamente 8 anos para uma operação às cataratas.