Sociedade

Caloira da Ualg foi ao mar antes de entrar em coma

O ritual aconteceu anteontem, um dia após o encerramento da Receção ao Caloiro.

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A notícia é do "JN", adiantando que os jovens juntaram-se ao início da noite à entrada da praia, seguiram para o areal e deram início à praxe. Levavam sacos com bebidas alcoólicas. Uma testemunha que não quis identificar-se conta que os caloiros recebiam ordens "aos berros", tais como "escava, besta!", para abrirem buracos na praia. Depois, "metiam-se lá dentro e era-lhes atirada areia para cima. Só a cabeça ficava descoberta". Com os braços imobilizados, eram os colegas mais velhos que lhes davam "a bebida à boca".
 
Perto das 22 horas, a universitária sentiu-se indisposta. A avó, que estava nas imediações, apercebeu-se de que a neta, que vestia apenas o biquíni, estava a ser desenterrada. A espumar pela boca e inconsciente, foi levada de ambulância para o hospital.
 
O "JN" explica ainda que outra testemunha assegura ter visto os mais velhos a ordenar "bebe" e "mergulha" e os mais novos a obedecer. Primeiro do lado da ria, depois na costa. Eram cerca de meia centena, mas "muitos foram-se embora antes da chegada da Polícia, alguns a conduzir", diz Augusta Lopes, amiga da família da vítima. Segundo o comandante da Polícia Marítima, foram identificados seis estudantes do primeiro e terceiro anos do curso de Biologia. 
 
O reitor, António Branco, classifica o caso de "lamentável" e mantém a "tolerância zero" a atentados à liberdade e segurança dos novos alunos. E o presidente da AAUalg assume que este ritual "talvez não possa ser considerado normal naquilo que é a praxe social e de integração" e diz ser "preciso averiguar se os alunos estiveram bem ou mal na prática da praxe daquele que é um dos cursos mais prestigiados da UAlg".
 
Entretanto o pai da caloira de 19 anos confirmou que foi já formalizada uma queixa-crime para que os responsáveis do ato sejam presentes à justiça.