O Município de Loulé assume em comunicado que está a deparar-se «com algumas dificuldades em encontrar empresas de construção interessadas em apresentar propostas aos concursos públicos no setor das obras municipais, inviabilizando o arranque e concretização de algumas empreitadas importantes».
O Pavilhão Desportivo Multiusos em Quarteira, junto à Escola D. Dinis, é o caso mais sintomático desta situação. Em setembro de 2018, a Autarquia diz ter lançado um concurso público internacional para construção da infraestrutura, mas não houve nenhuma proposta dentro do preço base apresentado. Em julho deste ano, foi lançado novo concurso no valor de 7.031.355,16 €, tendo-se novamente verificado a ausência de propostas.
Também em Almancil a Autarquia de Loulé refere que pretende construir um “Pavilhão Desportivo Multiusos”, no entanto, após o lançamento do concurso público em abril deste ano, com um preço base de 10.050 000,00 €, não houve quaisquer propostas pelo que foi necessário abrir novo procedimento, desta vez com um valor concursal de 13.396 226,42 €, aguardando-se neste momento a apresentação de empresas candidatas.
O Município adianta que este é de resto, um panorama que acontece na região e no país, apontando que em 2019, à escala nacional, a taxa de contratos não adjudicados, no âmbito de concursos públicos de empreitadas, atinge o valor de 41%.
No município de Loulé, entre 2018 e 2019, registou-se um total de 18 contratos não adjudicados através de um único concurso, mantendo-se ainda assim um montante de 14,3 milhões de euros em obras com concursos vazios por falta de concorrentes.
A Câmara de Loulé adianta que a falta de mão-de-obra, «sobretudo numa região em que os preços de aluguer de imóveis são bastante elevados, e a ausência de empresas em número suficiente para responder às necessidades de investimento no país no setor da construção, em clara recuperação desde 2017, são fatores decisivos para este cenário que prejudica o município».
Apesar desta situação, os respnsáveis municipais, reafirmam «a determinação de concretizar, ainda que com atraso, todas aquelas obras que ficaram com concursos desertos».