Economia

Câmara de Monchique apoia agricultores na recuperação de equipamentos agrícolas destruídos pelo incêndio

 
Na sequência do incêndio que deflagrou este sábado em Monchique e que se estendeu ao concelho vizinho de Portimão, registou-se uma área total ardida de 2134 hectares. No concelho serrano arderam 656 hectares, na sua maioria zonas de mato (271ha), mas também área de floresta de produção (eucalipto (163ha), sobreiro (130ha) e pinheiro manso (25ha), informou a autarquia de Monchique em comunicado.

Equipas da Câmara Municipal já procederam a um primeiro levantamento dos prejuízos de onde se registam 33 hectares destinados a pastagens e cerca de 30 hectares de terrenos agrícolas e pomares.
 
Esta segunda-feira, decorreu uma reunião entre o presidente da Câmara de Monchique e os proprietários lesados do incêndio, onde esteve presente o Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Algarve a convite do autarca, para além de técnicos do município.
 
Da reunião e, uma vez que o Governo anunciou que já é possível a estes agricultores que sofreram prejuízos, reportá-los a DRAP Algarve de modo a avaliar a possibilidade de acionar eventuais apoios, a Câmara Municipal diz que o processo será semelhante ao dos incêndios de 2018, que segundo o autarca Rui André, «foram processos muito burocráticos e desajustados das verdadeiras necessidades destas pessoas, levando a que muitos deles, apesar de terem apresentado as suas candidaturas com o apoio do Município, tenham desistido no decurso de um verdadeiro calvário burocrático que, a partida exclui imediatamente os prejuízos mais baixos».
 
Deste modo, o executivo camarário decidiu criar um mecanismo simplificado de apoio aos lesados do concelho, com vista a que possam rapidamente recuperar dos prejuízos causados pelo fogo. Segundo o mesmo comunicado, foi criado um Fundo de Emergência com o objetivo de ajudar "de forma célere e pouco burocrática" os pequenos agricultores cujos prejuízos não ultrapassem os 500 euros e se destinem à reabilitação de sistemas de rega, substituição ou reparação de maquinaria/motores, tubagens ou vedações para animais».
 
Mediante a apresentação dos prejuízos e depois de validados pelo Município, será disponibilizado de imediato o material necessário na Cooperativa Agrícola ou noutros espaços comerciais do concelho, podendo o mesmo ser levantado pelos lesados, com um prazo máximo de 30 dias para a sua instalação. Este apoio não exclui a possibilidade de candidaturas futuras que estes mesmos agricultores possam fazer para outros prejuízos e de maior valor.
 
No que diz respeito aos prejuízos florestais, o Município diz esperar a publicação de orientações/medidas de apoio, quer ao nível de Estabilização de Emergência, quer de retirada da madeira ardida e reabilitação destas áreas produtivas.
 
Da reunião com os proprietários, o município confirma o interesse em definir um plano integrado de gestão da área ardida, através da criação de uma AIGP - Área Integrada de Gestão da Paisagem, "de forma a aproveitar esta oportunidade para otimizar a produção, valorizar e requalificar os terrenos agora afetados, bem como a linha de água existente e as suas galerias ripícolas", conclui.