Política

Carta dos directores de departamento do Centro Hospitalar do Algarve requer que Governo tome medidas imediatas - PSD

Comunicado do PSD Algarve, destaca que em março num acto oficial com vista a dar posse ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, o Ministro da Saúde, Adalberto Marques Fernandes, declarou que "Eu comprometi-me que, até 31 de maio, nós não entraremos no verão com dificuldades inaceitáveis no Algarve".

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Cristovão Norte, deputado pelo algarve, confrontou o Ministro com estas declarações, assinalando que a "vaga de demissões e corte de orçamento não levam o problema crónico da saúde no Algarve mais perto da solução" e que "Infelizmente o precipitado compromisso ficará por cumprir: não temos mais médicos, temos menor orçamento, menos actos médicos, mais demissões nos serviços. Ou seja, temos mais descontentamento dentro dos hospitais e menos "cá fora", já que quem está hoje na oposição faz as coisas sem criar alarmismo."
 
O mesmo comunicado refere que esta semana foi conhecida uma carta de altos responsáveis do Centro Hospitalar do Algarve na qual se apontava a situação crítica da instituição, agravada ao longo dos últimos meses, e que para além de apontar um conjunto de aspetos que exigem correcção imediata - muitos de organização interna - , contradiz claramente o que o Ministro afirmou sublinhado a gravidade da degradação da oferta assistencial. Perante a insistência do deputado Cristovão Norte, o Ministro assumiu que viria ao Algarve no próximo mês inteirar-se da situação. 
 
O PSD frisa que recentemente foi tornado público um conjunto de demissões de Directores de Serviço - Urgências, Neurocirurgia e Ortopedia – facto que determinou que o Presidente do conselho de Admnistração, em declarações públicas, aludisse a que "A saída de profissionais e as necessidades de resposta a agravarem-se provocaram situações de mal-estar, visto os médicos não conseguirem desempenhar, da melhor forma, as suas funções." 
 
Os Social Democratas algarvios, dizem continuar a acompanhar o problema que reiteram ser estrutural dando como exemplo a disparidade de 17 anestesistas no Algarve para 110 em Coimbra, facto que impede a realização de operações e tendencialmente elimina a idoneidade dos serviços o que a prazo afasta a fixação de médicos – e assume o propósito de contribuir para a solução do problema.
 
Por isso, o PSD Algarve, pelos seus deputados, questionou o Governo sobre quando haverá médicos suficientes, que medidas já foram e serão tomadas e quais os efeitos que delas se esperam. "O cariz excepcional de protocolos celebrados com unidades fora do Algarve, que já nasceu há alguns anos, não é o antídoto para debelar o problema, pois só pode ser transitório e não definitivo, sob pena de deixar o Algarve mais longe da saúde".
 
Por outro lado, no Algarve existem cerca de 25 médicos de família que fazem noites nas Urgências do CHA (Lagos, Portimão, Albufeira, Loulé, Faro e VRSA), pelo que há um potencial de perda de 1000 dias/ano de consulta nos centros de saúde, o que representa cerca de 21.000 consultas/ano a utentes, por força da revisão do acordo colectivo de trabalho e que não está claro como será colmatada, questionou ainda o deputado Cristovão Norte, ao Ministro da Saúde.