Os trabalhadores dos CTT - Correios de Portugal, S.A., do Centro de Distribuição Postal de Faro - (CDF Faro), em Mar e Guerra, e os carteiros e as carteiras de Faro (CRT's) reunidos em plenário nos dias 26 de outubro e 15 de novembro, identificaram um conjunto de problemas que, em seu entender, «além de inexplicáveis, são atentatórios quer do seu bem-estar enquanto trabalhadores quer do normal andamento do trabalho e da qualidade do serviço prestado».
Os CRT's de Faro deram um prazo até 15 de outubro para que a gestão dos CTT resolvesse os problemas apontados e avisaram que, se até àquela data não fosse dada resposta ou resolvidos os problemas, decidiam no plenário do dia 15 de novembro pedir ao Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações que decretasse uma greve parcial, para dezembro.
No entanto, o sindicato diz em comunicado, que devido à gestão dos CTT em persistir «numa atitude perfeitamente autista perante as reivindicações dos CRT's de Faro», a greve teve hoje início pelas 08h00, prolongando-se pelo período decretado até ao próximo dia 9 de dezembro. No dia 10, os CRT's de Faro irão reunir-se novamente em plenário para analisarem a situação e tomarem as medidas que acharem necessárias.
Os CRT's queixam-se que depois das duas últimas revisões de giros (percurso de distribuição de cada carteiro) foram suprimidos 6 giros e os correspondentes postos de trabalho. De então para cá, referem que tem vindo a avolumar-se o desdobramento de giros, além dos atrasos na distribuição de correspondências e objetos postais, havendo a preocupação apenas com «o prioritário, resumindo-se às reformas, aos registos com vinheta e ao serviço Expresso, em que até esse é efetuado com graves deficiências», explicam.
Os sindicalistas apontam que «salvo raríssimas exceções» a generalidade dos giros estão com atraso na distribuição de 5 a 6 dias. Quanto aos pacotes postais de grande volume, os atrasos são normalmente de 15 dias mas chegam a atingir 1 mês. Denunciam ainda que as «reformas» continuam a ser distribuídas «com atrasos inconcebíveis».
Os CRT's assumem que estão a atingir o limite perante a pressão psicológica a que estão diariamente sujeitos pelos destinatários e exigem à administração dos CTT:
- O fim imediato de uma gestão atabalhoada do serviço, uma gestão de remendos que configura um confrangedor desconhecimento da gestão da atividade postal;
- Orientações de serviço que respeitem todas as regras - quer externas quer internas - para uma melhor prestação do trabalho e a dignidade e bem-estar dos trabalhadores;
- A normalização imediata das regras de urbanidade e respeito por parte da gestão - quer local quer regional - o consequente fim de atitudes que configuram um nítido assédio moral sobre os trabalhadores do CDP de Faro;
- O fim da pressão sobre trabalhadores para que aceitem transferências para outros Centros de Distribuição Postal, quando é nítida a falta de trabalhadores no CDP de Faro;
- Uma revisão de giros que tenha em atenção quer o crescimento demográfico quer a necessária qualidade do serviço e a admissão de pelo menos mais 6 CRT's para o quadro de pessoal e a tempo inteiro que, mesmo assim, serão insuficientes para a normalização do trabalho.
O sindicato confirma que os carteiros de Faro estarão em greve parcial, entre as 08h00 e as 10h00 nos dias 2, 3,6,7 e 9 de dezembro. Nesses dias, será analisada uma eventual resposta por parte da Administração, que caso não ocorra, prometem voltar a reunir em plenário no dia 10 de dezembro.
Durante o período de greve, os carteiros vão ainda reunir-se com o Presidente da Câmara Municipal de Faro e com a população, para dar conhecimento sobre as dificuldades apontadas.