Família

Casamento: a casa, as responsabilidades e os filhos

 
O tema é pertinente num tempo em que as exigências são elevadas, em que todos sabem a importância da família e quando se tem de dar resposta a várias respostas ao mesmo tempo.

A decisão de casar nos tempos atuais exige uma responsabilidade acrescida, na medida em que a mulher deixou de ser a dona de casa e também trabalha, pelo que, quando se assume a vida a dois, temos de aceitar a ideia de que, tudo tem de ser dividido entre o casal. A profissão, as responsabilidades domésticas e a seguir a educação dos filhos.
 
Não existindo uma “fórmula mágica” para conseguir alcançar estes objetivos, podemos afirmar que, tudo se desenrola em etapas. Primeiro o namoro, depois a decisão de viver em conjunto e a seguir a divisão das tarefas e das responsabilidades. Há casais que optam por fazer cada um a gestão do dinheiro dividindo as despesas, enquanto que outros preferem colocar tudo no mesmo monte e gerir também em conjunto.
 
Seguem-se as tarefas domésticas que deixaram de ser um exclusivo do sexo feminino e que, em tempos de igualdade de género, passam a ser igualmente divididas. O homem e a mulher organizam-se em igualdade sem que se saiba quem melhor as executa. Em muitos casos, aprendem em conjunto também.
 
Quando chega o momento de enfrentar a parentalidade, o próprio nome não separa a mãe do pai, pelo que ambos vão ter de corresponder e estar presentes na educação dos filhos.
 
O pai representa uma figura de extrema importância na educação, tal como a mãe e isso deve ser vincado desde o primeiro momento de gravidez. Muitos casais já compreenderam que, é dessa atitude partilhada que resulta o amor e a consistência das relações, uma vez que, o tempo livre ocorre mais ou menos ao mesmo tempo. É nesse espaço que se cultivam os sentimentos, já que ambos estão cansados e, ainda que menos recetivos, apoiam-se mutuamente e decidem cada etapa em conjunto.
 
Num tempo em que se quer essa igualdade, é também desejável não perder de vista a importância do tempo pessoal. Com a organização dos dias, torna-se mais fácil a tarefa de gerir o tempo livre de cada um.
 
Tem de existir liberdade para cada um fazer algo de que gosta consigo mesmo, seja desporto, leitura, estar com amigos ou simplesmente estar num qualquer lugar em silêncio e com os seus pensamentos.
 
Há quem diga que são muitas exigências para uma só pessoa, mas todos os entendidos são unânimes ao afirmar que a organização do tempo é a base do sucesso conjugal, pelo que vale a pena encetar uma nova abordagem de vida a dois.
 
Muitos casais optam pelo apontamento das tarefas, por elaborarem menus para as refeições, por fazerem a lista de compras e decidirem quem faz o quê e, trocam quando sentem o cansaço de fazer sempre o mesmo.
 
As crianças crescem num ambiente organizado e com mais tempo também para brincar, pois enquanto os pais estão ocupados, os mais novos podem estar “no seu mundo” a descansar ou a aproveitar também um tempo sem exigências. Ajudam nas tarefas, já que se habituam desde cedo a entrar “no esquema” dos pais e, a vida familiar desenrola-se mais facilmente.
 
O pai e a mãe assumem uma posição face à educação dos filhos para evitar que as crianças se habituem a manipular a opinião de um em detrimento do outro e tudo se torna mais fácil e útil já que os pequenos gostam de regras e de disciplina para poderem ser livres no tempo que lhes é permitido.
 
O casal decide o que fazer ao fim de semana e, todos se organizam nesse sentido, mas não podemos perder de vista que, este “modelo” se torna mais fácil quando todos seguem no mesmo sentido e os horários de trabalho estão bem definidos e articulados entre si.
 
O mesmo se passa com as férias que, naturalmente “acarretam” as tais regras de bom funcionamento e, acabam por promover mais tempo livre depois de tudo estar organizado.
 
É de ter em conta que, a vida profissional só é eficaz com organização, pelo que se pode comparar a família a uma grande organização; quase como que se de uma empresa afetiva se tratasse, caso contrário, será muito maior o desperdício de tempo, de energia e de sentimentos!
 
No seio do casal deve existir o diálogo aberto que permita as mudanças sempre que necessário e, naturalmente dar resposta a tudo o que escapa ao que foi instituído. As crianças vão necessitando de novas exigências à medida em que vão crescendo e, todos acabam por viver o processo numa dinâmica familiar evolutiva, o que aumenta o entusiasmo e permite a qualidade de vida e o bem-estar de todos.
 
Fátima Fernandes