Catarina Martins participou na sessão pública de apresentação das listas do Bloco de Esquerda em Loulé, que decorreu no dia 26 de julho, num jantar-convívio com cerca de sete dezenas de participantes.
As intervenções estiveram a cargo de Carlos Martins, cabeça de lista para a Assembleia Municipal de Loulé, Joaquim Sarmento que encabeça a lista para o executivo municipal, João Vasconcelos, deputado do Bloco pelo círculo do Algarve que deu particular relevância à luta pela abolição das portagens na Via do Infante.
Carlos Martins, cabeça de lista para a Assembleia Municipal de Loulé, ambiciona reforçar a posição politica do BE e eleger os cabeças de lista em todos os órgãos autárquicos a que concorrem, contribuir para o esclarecimento das populações e redução do número de abstencionistas, que nas últimas eleições autárquicas ultrapassou os 53,3 %; fazer uma campanha séria, pedagógica, esclarecedora e promover o debate de ideias e projetos para o concelho.
Carlos Martins destacou no seu discurso que espera recuperar o eleitorado e a confiança daqueles que noutras eleições recentes votaram no Bloco, afirmando que a candidatura "não está contra ninguém mas a favor dos Municípes".
Joaquim Sarmento, cabeça-de-lista do Bloco à Câmara Municipal de Loulé, recordou que a Câmara Municipal de Loulé tem sido gerida desde o 25 de Abril por ciclos de três mandatos consecutivos alternando o poder local entre o PSD e o PS, "sendo provável que Vítor Aleixo venha a dar continuidade ao ciclo socialista, porque as pessoas guardam bem viva a memória o descalabro financeiro e a paralisia quase completa dos serviços municipais e o brutal aumento do IMI, precisamente no ano em que a autarquia atingiu o valor máximo de receitas (110 milhões de euros) e contraiu uma dívida astronómica. Talvez por isso o PSD não tenha escolhido o atual candidato, que era na altura por delegação de Seruca Emídio o responsável financeiro, e só por infelicidade do primeiro candidato tenham feito a escolha do meu amigo e conterrâneo da Nave do Barão".
Joaquim Sarmento prometeu "inaugurar um diálogo com os cidadãos onde as pessoas contem verdadeiramente incentivando a participação de todos, incluindo as crianças e jovens, promovendo a cidadania ativa e a democracia verdadeiramente participativa, repensando o Orçamento Participativo para que valorize a cooperação no seio das comunidades e sejam reformulados os mecanismos de votação à distância, apostando na criação do Provedor do Munícipe como facilitador de pontes com os cidadãos e mediador entre as autarquias, os munícipes e as suas organizações".
No interior o candidato diz ser "urgente pensar na revitalização, na recuperação de casas abandonadas, na valorização dos produtos da terra e no incentivo a novas formas de rentabilizar as atividades económicas do interior", é preciso quebrar o isolamento de quem lá vive assegurando apoio social e transporte para as sedes de freguesia".
Relativamente ao litoral, apontou para os problemas da sazonalidade e do desemprego nas épocas baixas e a pressão turística na época alta com as dificuldades de estacionamento e da mobilidade, "com o inferno da 125 e as portagens da via do infante, que deveria ser gratuita porque não se trata de uma SCUT porque foi construída com fundos comunitários".
Disse que comércio local vai experimentar momentos difíceis com a abertura do mega centro comercial na Goncinha, sendo "necessário criar incentivos a esta atividade económica que tem história e é essencial para a vida da cidade".
A fruição e a criação cultural e desportiva a promoção da educação para a cidadania, tendo como parceiros estratégicos o movimento associativo e as escolas do concelho, fomentar estratégias de desenvolvimento sustentado que promovam o crescimento económico e o emprego estável com direitos, realizar uma avaliação independente sobre a racionalidade e eficiência das empresas municipais, promover estudo sobre a missão de cada uma delas e os impactos de eventual fusão ou extinção, investir em projetos estruturantes para o concelho numa perspetiva de desenvolvimento regional, em cooperação com as autarquias vizinhas e as entidades responsáveis pelo planeamento regional, são outras propostas defendidas por Joaquim Sarmento.
Para esta campanha o candidato diz haver o objetivo de eleger autarcas em todos os órgãos onde concorrem, incluindo a conquista de um vereador no executivo municipal.
Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco encerrou o conjunto das intervenções com palavras de incentivo aos candidatos, fez uma leitura da realidade política nacional, tendo destacado a necessidade do governo de António Costa de cumprir o compromisso, "sucessivamente adiado", de consagrar a reforma integral para todos quantos têm 60 anos ou iniciaram muito cedo a atividade laboral, em muitos casos com sacrifício da infância, de percursos pessoais e escolares.
Catarina Martins voltará ao Algarve no dia 1 de agosto, para um comício à noite em Quarteira.