Em visita às zonas mais afetadas pelos incêndios de Monchique, Catarina Martins, coordenadora do BE, lembrou a importância da reflorestação do território para que este seja resistente a outras tragédias, sendo necessário que o próximo Orçamento de Estado tenha capacidade para responder a esse projeto.
Segundo adianta o site "Esquerda.net" Catarina Martins reuniu com Rui André, presidente da Câmara de Monchique, e Rosa Palma, presidente da Câmara de Silves.
Catarina Martins e o deputado João Vasconcelos estiveram em visita aos locais mais afetados pelos incêndios na Serra de Monchique, onde defenderam que o próximo Orçamento de Estado deverá “ter capacidade para responder” aos projetos de reflorestação.
“Deve haver uma correspondência orçamental para a enorme importância que são os programas de reflorestação, que permitam limpar agora terrenos e proteger as linhas de água e, por outro lado, reflorestar, e que seja dos pontos de vista económico e ambiental, a melhor escolha para as populações”, disse a coordenadora do Bloco de Esquerda à comunicação social.
Em visita a algumas das áreas mais afetadas pelos incêndios deste ano, Catarina Martins destacou o que considera serem duas preocupações para o Bloco de Esquerda.
“Além da importância da reconstrução das habitações permanentes, é importante ajudar os setores da agricultura de subsistência e familiar a ter os apoios, porque muitas vezes a burocracia é incompreensível para as pessoas que perdem tudo e que já são mais vulneráveis”, até porque “as exigências que são feitas para os apoios, são exigências a que estas pessoas não conseguem responder, sendo necessárias regras claras e apoio no terreno para as pessoas saberem pedir apoio”.
Para o Bloco “é fundamental este apoio às pessoas que não sabem sequer recorrer aos apoios que existem. Daí ser muito importante que junto das juntas de freguesias e do poder local se criem formas de apoiar estas pessoas. A burocracia não pode impedir esta gente de ter os apoios a que têm direito”.
A isto deve juntar-se um segundo ponto: a reflorestação. “Se nada for feito neste território, vamos ter problemas graves que sejam dos solos, das linhas de água, dos eucaliptos a crescerem um pouco por todo o lado e, isso é um problema grave e tem de ser tratado agora”, afirmou.
Embora não seja tão imediata, a questão da reflorestação é igualmente urgente, até porque, ao contrário das habitações e agricultura, não se conhecem apoios para esta matéria. “É importante a prazo, para que este território seja vivo e mais resistente a estas tragédias tão grandes, e importante do ponto de vista económico”, afirmou a coordenadora bloquista.
“São necessários programas de reflorestação e isso precisa de investimento público. Achamos que o OE2019 deve ter capacidade de responder por esses projetos de reflorestação”. Catarina Martins assegurou ainda que o Bloco de Esquerda irá negociar com o Governo do Partido Socialista medidas orçamentais de apoio.
Por último, lembrou a necessidade de ter gente no terreno em equipas multidisciplinares: “não basta dizer que se tem delegações regionais, é preciso que elas tenham capacidade e gente para estar no terreno”.