Política

CDU lamenta recusa de debate sobre transferência de competências na Câmara de Faro

Os eleitos da CDU na Assembleia Municipal de Faro apresentaram um requerimento ao Presidente daquele órgão, visando o agendamento de uma reunião extraordinária da Assembleia Municipal onde pudesse ser discutida e deliberada a não-aceitação da transferência de competências da Administração Central em 2019 nos termos do artigo 4º nº2 a) da Lei nº 50/2018.

PUB
 
A CDU diz em comunicado que, “o requerimento para a realização desta Assembleia Municipal extraordinária apontava que a mesma, nos termos da Lei e para que produza eficácia, fosse realizada antes do dia 15 de Setembro”.
 
A proposta da CDU discutida em reunião dos representantes dos Grupos Municipais da Assembleia Municipal de Faro, foi recusada pelo PS, PSD, CDS-PP e PAN, e não estiveram presentes os representantes do Bloco de Esquerda e MPT”.
 
Para os comunistas, “este posicionamento político/partidário impediu o necessário debate sobre uma matéria que será estratégica para o concelho e para o País e empurrou o município para um verdadeiro salto no escuro, aceitando, sem discussão ou ponderação, as 23 competências e, sobretudo, os respectivos encargos, que PS e PSD querem atirar para cima dos municípios”.
 
A CDU relembra que “o processo de transferência de competências resulta não de um amplo debate na sociedade portuguesa, mas de um acordo firmado entre PS e PSD no passado mês de Abril e que mais não visa do que a desresponsabilização do Estado do seu papel no Serviço Nacional de Saúde, na Escola Pública, na Segurança dos cidadãos, na Justiça, na Cultura, nos edifícios e equipamentos públicos”.
 
A recusa da proposta da CDU por parte de PS, PSD, CDS-PP e PAN, “foi um acto de irresponsabilidade na medida em que se aceitam, tacitamente, todas as competências que venham a ser transferidas, sem se conhecerem as dotações orçamentais ou os mecanismos de funcionamento deste processo. Mas é também um importante momento que responsabiliza, no presente e para o futuro, os eleitos locais destes partidos no concelho de Faro por todas as consequências que se venham a manifestar resultantes deste negócio entre o Governo minoritário do PS e o PSD”.
 
Apesar desta recusa, “os eleitos da CDU não só, não dão este processo por encerrado, como continuarão a intervir em cada uma das suas fases, visando o esclarecimento das populações sobre aquilo que está em causa e o combate a uma política de desresponsabilização do Estado, de degradação dos serviços públicos e de ataque ao Poder Local Democrático”.