Sociedade

CHA:Ortopedistas processados por terem deixado doentes por assistir

Os médicos em causa prestam serviço no Centro Hospitalar do Algarve por via de contrato entre o hospital e uma empresa intermediária.

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Considerando que os médicos visados aceitaram as condições contratuais e que poderão ter violado o Código Deontológico, a Ordem dos Médicos vai abrir um processo disciplinar que, “poderá culminar com a suspensão ou expulsão daqueles ortopedistas da Ordem dos Médicos.”
 
Ao mesmo tempo, a administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) esclarece que o caso está a ser avaliado internamente e que se reporta a uma situação "transitória de dificuldades de contacto com elementos da equipa de ortopedistas escalados para a madrugada do passado dia 28 de julho".
 
O inquérito vai permitir perceber as responsabilidades da empresa intermediária que tem a cargo a contratação daqueles clínicos e, “caso se justifique, pode implicar consequências na relação contratual entre o CHA e a empresa.”
 
A mesma administração reforça que, os doentes que deram entrada no Centro Hospitalar do Algarve, unidade de Faro, receberam os devidos cuidados de saúde, apesar do lamentável episódio.
 
A Ordem dos Médicos aponta em comunicado como "exagerado" o recurso a empresas intermediárias de mão-de-obra médica, sem que os problemas de gestão e investimento do SNS e a qualidade do atendimento aos utentes esteja a ser solucionado.
 
No mesmo docmento lê-se que, "O Governo e o Ministério da Saúde têm indesmentíveis culpas na situação ocorrida, bem como em muitas outras de teor semelhante".
 
O caso remonta à madrugada de 28 de Julho quando três médicos ortopedistas, contratados pelo Centro Hospitalar do Algarve a uma empresa prestadora de serviços para garantir as Urgências da unidade de Faro, deixaram sem cirurgia uma criança e dois jovens, além de vários doentes adultos.
 
A criança apresentava uma fratura numa das mãos, um dos jovens tinha uma fratura na perna direita e o outro era politraumatizado, com fraturas em diversos pontos do corpo.
 
Dois dos ortopedistas estiveram incontactáveis, com os “telemóveis desligados”, e um outro foi encontrado a dormir do sexto piso tendo abandonado a unidade 20 minutos depois de ter regressado aos Serviços de Urgência.