Os 17 responsáveis do Centro Hospitalar do Algarve estão em conflito com a administração devido ao novo regulamento da urgência.
Segundo confirma hoje o "DN", há um braço-de-ferro entre os 17 chefes de serviço da urgência do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) e o seu conselho de administração (CA).
Os gestores publicaram o novo Regulamento do Serviço de Urgência, que, entre outros pontos polémicos, equipara os coordenadores de enfermagem aos médicos, conferindo-lhes, por exemplo, poderes para decidir se determinado doente deve ou não ser transferido de unidade e a validação de ambulâncias.
Na resposta, os 17 chefes de equipa são claros: ou o CA volta atrás ou a partir de dia 15 passam a estar demissionários.
A ameaça já foi oficializada através de um abaixo-assinado entregue aos administradores, segundo avançou ao "DN" o secretário regional do Algarve do Sindicato Independente dos Médicos, João Dias, podendo esta sexta-feira ser decisiva.
Para o meio-dia está marcada uma reunião entre ambas as partes em que será comunicado se houve ou não recuo da administração perante o polémico regulamento. "Não faz sentido nenhum. Numa altura em que o hospital deveria estar com um ambiente calmo e a preparar-se para mais uma enchente de pessoas durante o verão, quando há sempre falta de médicos para tanto serviço, lança-se um conflito que vai desestabilizar as pessoas", lamenta o mesmo dirigente, considerando "inconcebível" que a administração tenha criado condições para que "um coordenador de enfermagem possa desautorizar um médico".
