A precipitação ocorrida na passada terça-feira devido à passagem da depressão Bárbara, causou muitas inundações, assim como quedas de árvores e de estruturas polo vento forte.
De acordo com dados da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), entre as 00:00 e as 23:47 do mesmo dia, foram registas 1.016 ocorrências em todo o território continental, das quais 238 aconteceram no distrito de Faro.
Mas nem tudo foi mau, o lado positivo é que as barragens da região ganharam mais água, com resultados mais significativos no sotavento.
Em declarações ao Algarve Primeiro, Pedro Coelho - Diretor Regional da Agência Portuguesa do Ambiente - (APA), confirmou que a afluência relacionada com a chuva desta semana ao sistema de Odeleite-Beliche «teve algum significado, onde foram encaixados 6 hectómetros cúbicos, o equivalente a 6 milhões de metros cúbicos».
O responsável adiantou que este tipo de fenómenos extremos «são cada vez mais evidentes», sendo um sinal das alterações climáticas, quer com períodos de seca, quer com episódios de grande intensidade ou extremos como aconteceu.
No caso do barlavento, «a barragem da Bravura não reagiu praticamente nada, isto é, o encaixe foi muito diminuto, cerca de 4 centímetros. Em relação ao Funcho e Odelouca, houve algum enchimento mas não tão significativo como o sotavento», referiu.
A esperança é que o outono-inverno traga mais chuva, até porque conforme adiantou Pedro Coelho ao nosso jornal, o episódio que aconteceu na terça-feira, não vai alterar em nada a situação de seca no Algarve, referindo que o encaixe registado nas albufeiras de Odeleite-Beliche, equivale a 1 mês de consumo nos núcleos do sotavento.
O Diretor Regional da Agência Portuguesa do Ambiente, assegurou, contudo, que independentemente do que possa chover no outono-inverno, o abastecimento público está garantido às populações algarvias no próximo verão.