A edição deste ano da Mostra de Cinema América Latina será de 24 a 27 de janeiro (quinta-feira a domingo), no Cine-Teatro Louletano, e resulta de uma coapresentação com o Cinema São Jorge, únicos locais do País onde tais obras são exibidas (Lisboa e Loulé).
A 9ª edição desta mostra cinematográfica traz, assim, uma seleção de cinema ibero-americano, com quatro filmes e dois documentários.
De acordo com nota enviada à comunicação social, a autarquia de Loulé revela o conteúdo desta edição que arranca com “Alanis”, do realizador argentino Anahí Berneri. Alanis trabalha como prostituta. Vive com o seu bebé e Gisela, uma mulher mais velha, no chamado “apartamento-privado” da baixa de Buenos Aires, onde recebe os clientes. Um dia, dois inspetores municipais, disfarçados de clientes, entram no apartamento, encerram o espaço e prendem Gisela, acusada de tráfico humano. Alanis, carregada de mentiras e “vestida” com roupa de trabalho, procura a ajuda da tia, a viver na Praça Miserere. A partir deste bairro multirracial e violento, Alanis tenta sobreviver, ao mesmo tempo, que cuida do seu filho e arranja maneira de ajudar a amiga. Na rua tenta vender o melhor que sabe fazer. Mas a rua tem regras e Alanis tem que encontrar o seu lugar. A exibição terá lugar a 24 de janeiro, quinta-feira, pelas 21h00.
Na sexta-feira, dia 25, também pelas 21h00, é exibida a obra “Yo no me llamo Ruben Blades”, de Abner Benaim (Panamá, Argentina, Colômbia). Ruben Blades é um ícone latino-americano. Na década de 70 do século passado, o cantor e compositor panamenho, a viver na cidade de Nova Iorque, revolucionou o mundo da Salsa com as suas letras sociais e ritmos explosivos. Com um estilo classificado de “salsa intelectual” e, em muitos países, conhecido como o “poeta da salsa”, Blades tem mais de 20 álbuns gravados e, por 17 vezes, viu o seu trabalho reconhecido e premiado com um Grammy. Paralelamente à carreira musical, Ruben Blades participou como ator em diversas produções de Hollywood e cinema independente. Em 1994, foi um dos candidatos à presidência do seu país e, entre 2004 e 2009, foi Ministro do Turismo do Panamá.
Destaque para “Oscuro Animal”, de Felipe Guerrero (Colômbia, Argentina, Holanda, Alemanha, Grécia), que é apresentado a 26 de janeiro, sábado, pelas 17h00, e que conta a história de três mulheres que fogem da selva em direção à cidade para escapar à guerra que assola os territórios rurais colombianos. Cada uma empreende uma viagem em busca de tranquilidade e sossego. Mas uma vez chegadas a Bogotá, estas mulheres deparam-se com um cenário adverso à sua realidade e costumes.
Pelas 21h00, do mesmo dia é exibido “Puntos de Reencuentro”, da realizadora mexicana Valentina Pelayo. Trata-se do documentário que pretende homenagear o artista mexicano Felipe Ehrenberg (1943-2017), cujo trabalho ultrapassou fronteiras e catapultou o nome do artista e de toda a cena artística e social do México para o mundo. Recorrendo a imagens de arquivo, o filme mostra a trajetória artística de Ehrenberg até à atualidade. A obra de Ehrenberg, classificada de inquieta e muito ativa, é igualmente eclética, cheia de humor e profundamente comprometida com a situação mexicana. O documentário, conduzido por uma entrevista da realizadora ao artista, acaba por ser uma reflexão em forma de ensaio, insistindo na ideia que os reencontros representam sempre novas possibilidades, tal como a que teve Valentina Pelayo: começou um novo caminho inspirado na generosidade e poder comunicativo de Ehrenberg.
No que diz respeito a documentários, destaque ainda para “X500”, do cineasta colombiano Juan Andrés Arango Garcia, uma obra que relata a vida de três jovens migrantes, a viver em três cidades diferentes e que enfrentam os mesmos problemas com base numa existência desenraizada.
Na sessão de encerramento, pelas 21h00, do dia 27 de janeiro, domingo, “Severina” de Felipe Hirsch (Brasil/Uruguai) retrata a vida de um livreiro, melancólico e aspirante a escritor, que é abalada pelas aparições e ausências da sua nova musa, que rouba na sua livraria e nas livrarias de outros livreiros. O jovem começa a viver um delírio amoroso onde a ficção e a realidade se confundem. Quanto mais ele se aproxima dela mais indescritível se torna: por que rouba e que valores defende? Quem é o homem mais velho com quem vive? O que é verdadeiro ou falso nesta história? E que lugar poderá ele ocupar na vida dela? Perguntas às quais tenta dar respostas à medida que se afasta da sua própria vida. Uma adaptação do romance homónimo do escritor guatemalteco Rodrigo Rey Rosa.
Os bilhetes mantêm-se com o preço do ano passado: 3€ por sessão/filme.