Sociedade

Cirurgiões "aguentam" 48 horas de urgência por semana no Hospital de Faro - PCP

O Grupo Parlamentar do PCP mostra-se preocupado pelo estado da saúde a que chegou o Centro Hospitalar do Algarve "e a degradação dos cuidados de saúde prestados à população".

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Em comunicado os deputados do PCP, relatam que no Hospital de Faro o serviço de cirurgia perdeu 7 especialistas e 5 internos, no serviço de Anestesia só há dos 12 médicos, quando o respetivo quadro prevê 31, e o Serviço de Ortopedia perdeu 8 médicos desde 2013, restando apenas 12, passando de 176 horas de utilização de bloco operatório para apenas 72 horas em agosto e 102 em setembro.
 
O mesmo comunicado frisa que desde início de 2015, é exigida a cada cirurgião, "a realização de 48 horas de urgência por semana, circunstância que conduz ao cansaço extremo destes profissionais".
 
O Serviço de Urgência funciona com apenas um ou dois ortopedistas, forçando à transferência de doentes com patologia cirúrgica urgente para o Hospital de Santa Maria em Lisboa. Na escala de setembro, havia médicos escalados que se encontravam de férias autorizadas e outros a quem não foi dado conhecimento atempado de que as suas férias tinham sido canceladas, salientam os parlamentares.
 
Já o número de consultas externas no Centro Hospitalar do Algarve (hospitais de Faro e Portimão) diminuiu de 328.308 em 2011 para 299.987 em 2014. Os tempos médios de espera para essas consultas são "inaceitáveis", atingindo em algumas especialidades centenas de dias (no Hospital de Faro, de acordo com dados disponibilizados pela ARS do Algarve em março de 2015: 789 dias em Oftalmologia, 699 dias em Urologia, 663 dias em Neurocirurgia, 627 dias em Ortopedia e 428 dias em Reumatologia).
 
Deste modo, o Grupo Parlamentar do PCP já questionou o Ministério da Saúde sobre as medidas que serão tomadas para garantir a contratação de especialistas em falta no Centro Hospitalar do Algarve.