Numa nota publicada, a coligação refere que este cenário, "seria apenas motivo de solidariedade institucional, não fosse o facto de o atual presidente da Câmara de Olhão ser o candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal de Faro".
A coligação regista que o candidato "apresentando-se como alguém que 'sabe fazer' e vangloriando-se de um suposto registo ímpar como autarca", diz que "a realidade contraria frontalmente essa narrativa. Os factos, cada vez mais públicos e inegáveis, desmentem a ideia de boa gestão e liderança eficaz que se tentou, artificialmente, construir", lê-se no documento publicado.
Para esta avaliação, a coligação liderada por Cristovão Norte, aponta alguns exemplos, explicando que se trata de um líder "que não une, desagrega e hostiliza", em que "as equipas que lidera perdem-lhe o respeito e a confiança. O seu estilo de liderança tem sido descrito como intolerante e autoritário, sufocando opiniões divergentes. O mais recente reflexo disso é a candidatura independente de dois dos seus vereadores — a número 2 e o número 4 da sua lista — nas próximas eleições em Olhão", recordando a mesma coligação, que "este padrão de rutura não é novo: já aconteceu em anteriores mandatos".
Sobre a retirada dos pelouros aos dois vereadores, a coligação considera que se trata de "incapacidade para conviver com a crítica". E explicita que, "perante a divergência, responde com retaliação. Paralelamente, restringe a liberdade de expressão nas redes sociais do município: apaga críticas, bloqueia utilizadores e, frequentemente, encerra as caixas de comentários. Nas cerimónias do 25 de Abril, ao contrário do que sucede no país inteiro, os demais partidos são impedidos de usar da palavra. Um padrão desrespeitoso para quem devia servir", regista.
Diz também que desde que anunciou a sua candidatura em Faro, o candidato socialista, "deixou de exercer de forma regular as funções para as quais foi eleito em Olhão. Os processos acumulam atrasos, a sua presença no local de trabalho é esporádica e delega responsabilidades que lhe cabem. Declarou publicamente que o Festival do Marisco seria o seu último ato enquanto presidente, mas recusou suspender ou resignar ao mandato. Continua a receber salário, utiliza os recursos do município e assumiu todos os pelouros dos vereadores a quem retirou confiança política", sublinha a coligação.
Por último, fala de "má gestão com consequências reais" com "impacto direto na vida das pessoas", referindo-se à situação da empresa municipal Fesnima, onde: "os funcionários têm salários em atraso, como confirmou publicamente o Vice-presidente da autarquia, Ricardo Calé."
Para a coligação que junta PSD - IL - CDS - PAN e MPT, em Faro, "estes são apenas alguns dos factos que não podem ser ignorados pelos farenses. Outros se tornarão públicos a seu tempo, com igual gravidade", questionando: "quem deixa Olhão neste estado pode fazer a diferença em Faro?"