Sociedade

Comissão de Utentes da Via do Infante assinala 8 anos de portagens no Algarve com protesto

 
Para a Comissão de Utentes da Via do Infante «será mais um aniversário de uma das políticas muito erradas e nefastas que se abateu sobre o Algarve e cujas consequências estão à vista de todos. Consequências a nível financeiro, económico, social e territorial para o Estado, empresas, utentes e populações».

 
Segundo a Comissão de Utentes «as consequências mais negativas e dramáticas prendem-se com o elevado nível de sinistralidade rodoviária que continua a verificar-se na região, com muitas vítimas, em particular na EN125, que se caracteriza como uma das vias mais perigosas e mortíferas do país. As portagens e o facto da EN125 não se encontrar totalmente requalificada (entre Olhão e Vila Real de Santo António) têm contribuído para esta grande sinistralidade».
 
Em comunicado a CUVI diz que pelo quarto ano consecutivo, «o ano de 2019 irá fechar com mais de 10.000 acidentes de viação na região, com o seu rol de vítimas». Segundo os números divulgados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, desde 1 de janeiro até 30 de novembro, o Algarve já contabiliza 9.921 acidentes de viação, com 31 vítimas mortais e 206 feridos graves. São mais 23 acidentes e mais 19 feridos graves do que no mesmo período do ano passado.
 
A Comissão de Utentes culpa os governos do PS que «comportam-se da mesma maneira que o governo do PSD/CDS», na medida em que «os seus deputados chumbam, consecutivamente, todos as propostas apresentadas na Assembleia da República, em anteriores legislaturas, por outras forças políticas para a abolição das portagens na Via do Infante»
 
Assinala a este respeito que nesta sessão legislativa já foram apresentados novos projetos, para a eliminação das portagens no Algarve, esperando pela reação do PS, PSD e CDS face aos «interesses e aspirações do Algarve e das suas populações».
 
Além de prejudicar a nível financeiro as empresas, e beneficiar a concessionária privada, «trata-se de uma PPP muito ruinosa e obscura e que nenhum governo teve coragem de afrontar. Os governos têm sido completamente capturados pelos interesses privados», critica.
 
No mesmo comunicado, a CUVI lembra que António Costa reconheceu em 2015, que a EN125 era "um cemitério", prometendo acabar com as portagens no Algarve.
 
Quanto à esperada requalificação da EN125 entre Olhão e Vila Real de Santo António, que ainda não foi feita, a Comissão de Utentes da Via do Infante, fala numa «colossal trapalhada da responsabilidade dos governos PS e PSD/CDS».
 
Deste modo no próximo dia 8 de dezembro, pelas 11h00, tem lugar uma ação de protesto na Luz de Tavira (junto ao Largo da República e da EN125), «uma das localidades onde foi anulada, pelo governo PSD/CDS, a variante à EN125». Pelas 13h00 ocorrerá um almoço na localidade com intervenções de vários convidados sobre a mobilidade no Algarve.