Economia

Comissão de Utentes da Via do Infante quer chegar ao Verão com Algarve livre de portagens

A Comissão de Utentes da Via do Infante voltou a reunir, desta vez em Loulé, para analisar as consequências das portagens na região e agendar novas ações e formas de luta tendentes à sua eliminação.

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Para a Comissão de Utentes, além das consequências muito negativas provocadas na economia regional, as portagens continuam a revelar-se uma tragédia cada vez maior, em particular no que se refere ao número de acidentes rodoviários que têm lugar, grande parte na EN125. Muitos destes acidentes nunca ocorreriam se o Algarve fosse uma região livre de portagens.
 
Segundo números fornecidos pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), ocorreram no Algarve, no ano de 2016, 10.241 acidentes de viação. O distrito de Faro ficou em 4.º lugar a nível nacional, sendo ultrapassado apenas por Lisboa, com 26.869, Porto com 23.598 e Braga com 10.598 acidentes. Assim, no ano passado, tiveram lugar mais 751 acidentes do que em 2015 e mais 1.903 do que em 2014, com 31 vítimas mortais e 158 feridos graves, vítimas que poderão ter aumentado após o transporte de feridos para as unidades de saúde.
 
A CUVI avança que neste início do ano de 2017 a situação agravou-se em termos de sinistralidade em que a EN125. Entre 1 de janeiro e 21 de fevereiro deste ano foram registados 1.132 acidentes, mais 79 do que em igual período de 2016 e mais 123 do que em 2015. As vítimas mortais também dispararam no mesmo período, passando de 2 este ano para 7 mortes no ano passado. Nos últimos dias ocorreram vários acidentes na EN125 com mortos e vários feridos graves. 
 
A mesma Comissão alega que o contrato que ainda se mantém com a concessionária da PPP da Via do Infante "é outro escândalo e que este governo ainda não teve coragem de acabar".
 
Nos primeiros 9 meses de 2016 os encargos líquidos com essa PPP ascenderam a 20,513 milhões de euros, de acordo com o relatório da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos, pelo que é objetivo da Comissão de Utentes desmontar este contrato para tornar público certas cláusulas confidenciais do mesmo.
 
A Comissão de Utentes congratula-se por, mais uma vez, a abolição das portagens na Via do Infante ser levada à Assembleia da República, através de propostas já apresentadas pelo Bloco de Esquerda e pelo Partido Comunista Português, esperando "que desta vez os deputados do PS e, até, do PSD/CDS, face ao agravamento da tragédia viabilizem a eliminação definitiva das portagens no Algarve".
 
Deste modo a CUVI, vai intensificar nos próximos tempos ações para a eliminação das portagens antes do verão. As próximas ações de luta passam por pedir uma audiência ao Presidente da República para reunir com uma Delegação alargada composta por elementos da CUVI, empresários, autarcas e outras entidades do Algarve, solicitar uma audiência ao 1º Ministro António Costa, elaborar um Manifesto regional pela eliminação das portagens, a subscrever por diversas entidades do Algarve, abrir um inquérito independente ao Contrato "duvidoso" da PPP A22, elaborar um Estudo, por parte de entidades independentes, sobre as consequências e o impacto negativo das portagens no Algarve (a nível económico, social, na mobilidade e no SNS), convocar manifestações de protesto ao 1º Ministro e a outros membros do governo, na suas deslocações ao Algarve, promover uma grande marcha lenta de viaturas e ciclistas pela EN125, no dia 17 de abril, entre as Quatro – Estradas e Lagoa, com partida pelas 15h00, junto ao Restaurante Zé do Norte, (antes haverá um almoço/debate neste restaurante pelas 13h00, encontrando-se abertas as inscrições).
 
Algarve Primeiro