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Como está a sua autoestima? Psicóloga dá soluções para cada caso

 
A autoestima determina tudo na nossa vida, uma vez que, é ela quem nos ajuda a tomar as melhores decisões, a gostarmos mais de nós próprios e do que fazemos, a estimar-nos e a relacionar-nos melhor com os outros e, acima de tudo, a desfrutar de emoções positivas.

Não será exagerado dizer que, quanto mais nos conhecermos a nós próprios, melhor saberemos corrigir aquilo que nos angustia e mais escolhas inteligentes faremos, pois vamos ao fundo de nós próprios e procuramos compreender aquilo que se passa.
 
A autoestima começa a ser construída na infância com a imagem que os nossos pais e cuidadores nos dão a nosso respeito. São eles as primeiras pessoas a dizer quem somos, o que temos de melhor e o que fazemos de menos positivo. Se muitos pais investissem nisso, poucos teriam problemas de autoestima, mas a verdade é que é mais fácil apontar um erro e um defeito a uma criança do que a evidenciar pelo que faz de melhor. É por essa razão que há tantas pessoas que não gostam de si mesmas, porque simplesmente não aprenderam a gostar desde pequenas.
 
Segundo Pamela Magalhães, apesar de isso ser um problema, podemos sempre melhorar-nos ao longo da vida fazendo exercícios específicos para melhorar a autoestima. O principal é sabermos onde é que estão os nossos pontos fracos e fortes para que os possamos trabalhar, realça esta psicóloga.
 
Reflita sobre como está a sua vida atualmente: as atitudes que toma são benéficas para si? A sua postura diante das situações é, no geral, positiva? Está contente consigo mesmo? Se as respostas forem negativas, o seu amor próprio está abalado e precisa de ser trabalhado através da autoajuda – ou seja, o tratamento depende somente de si e da melhor forma que encontrar para se sentir melhor.
 
Não se esqueça de que, seja qual for o tratamento que seguir, a ultima palavra será sempre a sua. Ninguém se conhece melhor do que você mesmo, logo, pode seguir as dicas, mas será sempre a própria pessoa a fazer as melhores escolhas e a tomar as decisões que mais se adequam a si. Todos somos responsáveis pelo nosso percurso, mesmo que tenhamos de enfrentar situações negativas. Temos é de resolver os nossos problemas e encontrar as melhores soluções no caminho que queremos seguir.
 
Pamela Magalhães recorda que, a autoestima baixa influencia absolutamente todos os campos da vida. "Uma pessoa sem autoestima não gosta dela mesma, por isso faz escolhas erradas para si. Nos relacionamentos amorosos, envolve-se com pessoas que a tratam mal ou que não estão disponíveis. Nas relações pessoais, procura amigos que não agregam nada e somente ‘sugam’. No campo profissional, não consegue evoluir, pois não tem confiança no seu próprio potencial e nem coragem para tentar algo novo, melhor. É comum que desista ao primeiro obstáculo. E no meio escolar, tem tanto medo do que os outros vão pensar que tem vergonha de tirar as suas dúvidas com o professor. A pessoa entra num esquema de vida em que se depara com tudo mal porque não consegue fazer escolhas acertadas e encontrar um caminho mais entusiasmante e motivador, por isso, é preciso pegar por partes e entender que ninguém consegue resolver os seus problemas sem os identificar, sem saber as suas consequências e o que lhe está a causar mau-estar. Comece por tentar saber aquilo que está mal para aos poucos, o poder melhorar e seguir outro sentido, realça Pamela Magalhães.
 
Confira os principais sinais de falta de autoestima:
 
Sentimento de insegurança. Geralmente, a pessoa tem muitas dúvidas e incertezas na tomada de decisões.
 
Pouca ou nenhuma autoconfiança. Mesmo quando tem um trabalho de que não gosta, não acredita que é capaz de procurar outro melhor e de ser bem sucedida, por isso nem se esforça para inverter a situação.
 
Excesso de autocrítica. O paciente só vê os seus próprios defeitos, e ignora as qualidades.
 
Intolerância à frustração. Segundo Pamela, esta característica fica evidente no ambiente de trabalho, e quando um chefe lhe chama a atenção. Por norma, a pessoa fica tão instável que é capaz de chorar só por ter recebido um reparo, algo que a iria ajudar a realizar melhor a tarefa.
 
Tendência a relacionamentos destrutivos. A pessoa pensa que não é merecedora de coisas boas e, portanto, só se relaciona com pessoas  que lhe fazem mal.
 
Permissividade. A pessoa sente uma grande dificuldade na imposição de limites. "Como tem medo de desagradar os outros, deixa que façam o que quiserem”. Faz de tudo para agradar os outros, sendo capaz até de se prejudicar a si mesma com isso.
 
Dificuldade em aceitar elogios. Como a pessoa não consegue encontrar valor no que faz, desconfia quando o outro encontra.
 
Vulnerabilidade emocional muito grande, o que leva à dependência afetiva, ou "carência".
 
Sentimento crónico de insatisfação. Nunca nada está bom. O indivíduo sente uma angústia e ansiedade constantes e tem pensamentos pessimistas e negativistas.
 
Sentimento de inferioridade. "Qualquer um é melhor do que eu."
 
Necessidade de aprovação. Estas pessoas estão sempre à espera que os outros lhes digam algo acerca da sua aparência ou do seu comportamento porque não acreditam na sua autoimagem.
 
Para melhorar a autoestima, o primeiro passo é começar da base e do mais pequeno. É não exigir resultados imediatos, é ir ao fundo de si mesmo e tentar compreender-se, tentar saber o que ficou para trás no seu passado que o impede de ter uma melhor imagem a seu respeito e, aos poucos, procurar modificar isso dando pequenos passos a seu favor.
 
A melhor forma é tentar o oposto daquilo que pensa. Se tem um registo mental de que não é capaz, prepara-se como pode para enfrentar novamente o desafio. Estude, leia mais sobre o assunto. Prepare-se como quem vai para uma competição e terá muitas mais probabilidades de ser bem-sucedido. Se não for à primeira, já aprendeu com a experiência e terá mais possibilidades de se sair melhor na próxima. Reprovou num exame? Estude melhor os pontos onde falhou, mas não desista de se superar e de se focar naquilo que pretende e que julga ser capaz. Com esta atitude de mudança, está a criar um ciclo positivo para si e para a sua vida. Está a procurar situações positivas e serão cada vez mais porque umas se seguem às outras. Pense antes de decidir e de agir. Pondere se a escolha é benéfica para si e qual será o benefício disso antes de fazer a sua opção. Habitue-se a fazer isso com tudo na sua vida e, aos poucos estará a dar mais valor à sua opinião, ao seu pensamento e às suas escolhas, com isso, sentir-se-á mais valorizado e com mais autoestima!
 
Analise a sua vida e responsabilize-se pelos seus atos. Evite criticar-se e querer as coisas demasiado depressa. Construa os resultados e não os queira pré-adquiridos. Seja realista nas suas opções. Procure aprender com bons exemplos dos outros. A partir do momento em que alguém o desperta, já está a seguir algo que lhe agrada. Procure saber mais e inspirar-se em boas pessoas e bons exemplos, pois só assim, já está a ter mais confiança no futuro e em si mesmo. Já está a acreditar que é sempre possível alterar e melhorar. Se os outros conseguem, também à sua maneira, você irá conseguir.
 
Evite criticar os outros, pois estará a perder boas oportunidades para aprender com eles, mesmo que seja aquilo que não quer. Aceite-se tal como é e respeite o seu tempo e os seus limites. Não tenha pressa, pois a vida é uma construção diária, sublinha Pamela Magalhães, acrescentando que, de vez em quando, é preciso fazer este exercício para avaliar como está a nossa autoestima e voltar a seguir o mesmo método que já resultou noutras vezes.
 
Aceite que ninguém consegue tudo o que quer ao mesmo tempo, tal como dificilmente irá agradar muitas pessoas de uma só vez, por isso, pense do pequeno para o maior. Se começar pela base, terá sempre uma referência pessoal bem sucedida, mas tente as vezes que forem necessárias. A autoestima é a base da nossa vida, sentirmo-nos bem faz parte do nosso direito à vida, por isso, invista em si e cuide-se com carinho!
 
Fátima Fernandes