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Como são as pessoas que têm muito dinheiro?

Foto|Freepik
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Certamente que ter muito dinheiro é uma aspiração de muita gente, no entanto, ser abonado nem sempre é algo positivo.

Tendo por base alguns estudos levados a cabo nos últimos anos, percebe-se que, as pessoas com mais dinheiro podem perder algumas qualidades humanas e adotar comportamentos pouco corretos.
 
É um facto que, desde há muitos anos que o dinheiro tem vindo a ser considerado como um símbolo de status social e pertença a um grupo privilegiado, nesse sentido, adquirem-se hábitos próprios,  praticam-se ações mais ou menos comuns e, na maioria das vezes, as pessoas tendem a esquecer-se do mundo ao seu redor.
 
Por norma, as pessoas muito abonadas preocupam-se pouco com os outros e ainda menos com as suas dificuldades e sofrimento. Concentram-se na sua vida, na conquista de mais bens materiais, focam-se no seu estatuto e seguem em frente. Não possuem empatia e consideram-se pessoas merecedoras de tudo o que possuem e do que querem vir a possuir. É como se “o destino” as tivesse escolhido para fazerem parte de um determinado modo de vida onde não existem obstáculos.
 
As pessoas mais endinheiradas preocupam-se pouco em respeitar os outros porque nem sequer os consideram como pessoas merecedoras da sua atenção e solidariedade e, quando chega a hora de ganhar dinheiro, ainda menos se incomodam se tiverem de as roubar ou retirar tudo. É como se o bem material conferisse uma habilidade especial e um poder capaz de ultrapassar tudo e todos, sem que seja importante ou necessário olhar para o outro e pensar em como poderá estar a sentir-se ao ficar sem nada ou viver miseravelmente em prol das suas ações. Tal deve-se precisamente à falta de empatia que evidenciamos acima.
 
Com base em alguns estudos realizados, os cientistas afirmam que, para além dos comportamentos, as pessoas mais ricas possuem habilidades psicológicas muito distintas das menos endinheiradas; não é por acaso que é muito fácil que uma pessoa que pouco possui seja mais generosa que outra afortunada, é porque o dinheiro pode alterar o modo de funcionamento do cérebro.
 
Uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia realizou um estudo em que colocou vários participantes a jogar Monopoly e percebeu que, ao serem dadas vantagens e privilégios a determinados jogadores, estes apresentavam comportamentos surpreendentes, evidenciando-se a superioridade, o poder, a capacidade de enganar os demais jogadores e a necessidade de obter cada vez mais lucro e património.
 
Desde o início do jogo em que os participantes estavam a ser observados, os cientistas aferiram que os jogadores beneficiados começaram a ser dominadores, desrespeitosos e antipáticos, não lhes tendo causado qualquer desconforto o facto de terem sido escolhidos como privilegiados.
 
Inicialmente pensou-se que, quando os investigadores atribuíram vantagens a alguns jogadores, que estes se sentissem incomodados e que quisessem estabelecer uma relação de equilíbrio para que o jogo decorresse com mais igualdade e justiça, mas tal não aconteceu, o que revela que, perante uma situação de poder, mesmo que imaginária, o indivíduo esquece-se do outro e luta pela vantagem e supremacia, resumem os especialistas.
 
A experiência demonstrou que, os jogadores que iniciaram a partida  em vantagem, mantiveram uma postura arrogante, antipática, injusta e de superioridade em relação aos outros e que, em momento algum foram capazes de pensar nos demais e de lhes atribuir algum tipo de privilégio. Pelo contrário, batiam as peças na mesa com força, gabavam-se do que possuíam e tratavam mal os adversários. Apesar de terem começado em vantagem, estes jogadores não foram capazes de o assumir, pelo que, no final do jogo disseram que a sua vitória foi justa, merecida e uma prova de habilidade, visão de jogo e capacidades.
 
Os cientistas também descobriram que, ter mais dinheiro é sinónimo de menos cuidado com a saúde física e mental. As pessoas com mais status acreditam estar acima dos sacrifícios e não precisarem de fazer escolhas alimentares saudáveis, pelo que, por norma apresentam mais peso e menos preocupação com os hábitos alimentares e com a prática de exercício físico. Dedicam-se pouco a momentos de introspeção, porque se consideram acima desse nível de existência, pelo que concentram as suas atenções em objetivos, pragmatismo e resolução de problemas, o que deixa as qualidades humanas em segundo plano.
 
Ter muito dinheiro também parece afetar as atitudes e os comportamentos das pessoas. Segundo os cientistas, os mais ricos são mais propensos a mentir nas negociações, a enganar os demais para que possam obter mais lucros e optar pelo caminho da falta de ética. É também comum que os mais abonados entrem em esquemas de ilegalidade, que tomem decisões pouco claras e honestas e até que acreditem que são capazes de criar as suas próprias leis, o que pode fazer uma relação entre a riqueza e a corrupção.
 
Perante estas constatações, não temos de ter medo de enriquecer e de viver melhor, mas sim de nos tornarmos insensíveis e cruéis com os outros. Podemos alcançar um bom nível de vida sem que isso implique a perda de valores e de qualidades humanas. O dinheiro por si só não nos transforma, mas sim, dá-nos mais oportunidades que podemos aceitar ou não. Todos podemos decidir manter a ética e uma conduta adequada mesmo com uma boa conta bancária, mas para isso, temos de querer ser assim, temos de ser fortes e firmes e ter uma direção; um rumo nesse sentido, pois caso contrário, torna-se muito fácil e acessível entrar em caminhos perigosos, alertam os psicólogos.
 
Fátima Fernandes