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Como um pensamento pode mudar-nos a vida

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Os especialistas na área da psicologia asseguram que «um pensamento pode mudar-nos a vida» e deixam algumas estratégias para alcançar esse objetivo.

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«Se digo que um pensamento muda uma vida (para melhor ou para pior), não me refiro aos pensamentos quotidianos, práticos, concretos como "o metro está cheio" ou "vou fazer massa para o jantar"…». Refiro-me aos pensamentos centrais que temos sobre nós próprios, sobre a vida, sobre os outros e sobre o mundo, explica o professor Filipe de Souza, autor de diversos artigos sobre o assunto.

No mesmo apontamento, o professor destaca que, em vez de pensarmos que não somos capazes, que somos produto da nossa genética, da herança cultural, dos pais menos protegidos pela sorte ou pelo conhecimento, por exemplo, devemos pensar: “eu sou capaz”, “eu tenho as minhas próprias vontades e capacidades”, “eu aprendo com os exemplos dos outros, transformo-os à minha maneira e apresento a minha própria teoria”, “defino os meus objetivos de forma realista e luto para que os possa concretizar”.

Esta atitude perante nós mesmos faz toda a diferença e pode mudar o modo como orientamos as nossas vidas, assegura o mesmo especialista, alertando que, apesar de não ser um processo simples, é realista e concreto, pelo que pode levar-nos a concretizações significativas e mais felizes.

Deste modo, a mudança é possível e podemos abrir portas a novas oportunidades e desafios porque acreditamos que vamos conseguir, vamos ultrapassar limites que considerávamos possuir, ideias pré-concebidas e crenças limitantes. Para os especialistas na área da psicologia, a forma de pensar determina o modo como agimos e como encaramos a realidade e, isso reflete-se nas nossas ações diárias e nos nossos comportamentos. Se pensarmos que conseguimos, tentamos. Se não acreditarmos que é possível, desistimos mesmo sem tentar e lamentamos a nossa falta de sorte.

E o segredo é olharmos para quem ultrapassou este limite e conseguiu dar um novo sentido à sua existência. Quer queiramos, quer não, todos mudamos. Basta ver a criança e o jovem que já fomos e os adultos em que nos tornámos. Basta olharmos para os outros e admitir que também modificaram a sua forma de ser e de estar, mesmo que queiram aparentar que são “fiéis” à sua identidade e ao seu passado. No entanto, existem pessoas que desejam modificar-se e transformar esse passado e outras que ambicionam preservar o mais possível a sua herança cultural e, isso faz toda a diferença, pois quem quer mudar, fá-lo, quem não quer, resiste.

Se o leitor faz parte das pessoas que quer alterar algo na sua vida e experimentar novas emoções, experiências, conhecimentos e concretizações, siga estas linhas de orientação dos especialistas:

1 - Autoconsciência e auto-observação:

- Esteja presente, analise os seus pensamentos e verifique quando os mesmos o levam para a descrença em si mesmo e conduzem-no para a negatividade. É nesses momentos que deve modificá-los, substituindo-os por pensamentos positivos a seu respeito.

- Identifique padrões: Crie uma lista dos pensamentos incómodos e veja o que os desencadeia.

- Distinga o pensamento da realidade: Lembre-se que ter um pensamento não o torna uma verdade absoluta.

2. Desafiar e reestruturar:

• Questione os pensamentos: Pergunte-se: "Isto é verdade?", "Ajuda-me a alcançar os meus objetivos?".

• Procure soluções: Troque o foco do "por que aconteceu" para "o que posso fazer agora?".

• Use afirmações: Repita frases positivas com emoção e convicção para reprogramar o subconsciente.

• Experimente novas perspetivas: Comunique-se ou organize-se de forma diferente para ver novos resultados.

3. Ação e novos hábitos:

• Crie um plano: Defina ações diárias que o levem ao seu objetivo (ex: "vou comer uma peça de fruta" em vez de "quero perder peso").

• Mude o ambiente: Adote novos comportamentos, ambientes e conheça novas pessoas para  que possa expandir o seu cérebro.

• Distraia-se: Quando  estiver a ruminar num problema, procure atividades que o absorvam (desporto, hobbies).

4. Técnicas mentais:

• Mindfulness: Acalme a mente focando-se na respiração ou no presente.

• Programação Neurolinguística (PNL) e Hipnose: Podem ajudar a mudar padrões mais profundos.

• Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ferramentas para identificar e mudar distorções cognitivas, geralmente com a ajuda de um psicólogo.

5. Quando procurar ajuda:

• Se as estratégias não funcionarem, um psicólogo pode ajudar a trabalhar crenças limitantes e a desenvolver novas formas de pensar e sentir. Não hesite em pedir apoio especializado, já que, sozinho, será muito mais difícil alcançar o que pretende e, no fim das contas, o que importa é que se sinta bem, que se empenhe, que acredite em si mesmo e que desfrute da vida com valor.