Sociedade

Condutores portugueses fazem “um pouco de tudo” ao volante

Esta é a conclusão de um estudo que dá conta de um conjunto de comportamentos perigosos que os condutores portugueses adotam ao volante.

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Desde atualizar a leitura de e-mails, passando para os comentários nas redes sociais, adiantar trabalho para o dia seguinte, fazer a agenda, os condutores lusos fazem do carro um verdadeiro prolongamento do escritório.
 
O mesmo estudo levado a cabo por uma empresa de componentes automóveis, revela que o carro é também o local onde se toma o pequeno almoço ou se fazem pequenas refeições, é o espaço escolhido para ler histórias aos filhos e até para ser agressivo com os demais condutores.
 
A utilização do telemóvel em sistema de mãos livres é também uma prática comum nos condutores que aproveitam os espelhos para melhorar a imagem e dar um toque na maquilhagem.
 
O excesso de velocidade acompanha estas ações e aumenta significativamente o risco de acidente, preocupação da maioria dos inquiridos.
 
Realizado por uma empresa do ramo automóvel, com o apoio da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e Prevenção Rodoviária Portuguesa, o estudo sobre o “comportamento dos condutores portugueses” traça também o perfil do automobilista português, concluindo que mais de metade já teve um acidente rodoviário.
 
O estudo, que teve por base um inquérito efetuado junto de 1.285 condutores, mostra igualmente o perfil ‘multitasking’ (o carro é uma extensão do escritório) dos condutores, destacando que os jovens enquanto conduzem cantam e ouvem música, fumam, usam o telemóvel, maquilham-se e tomam o pequeno-almoço.
 
Já as famílias com filhos aproveitam a viagem para ler e responder a emails, para contactos telefónicos e enviar mensagens, ler relatórios e tratar da agenda, lanchar, almoçar, maquilharem-se e gerir as crianças no banco traseiro.
 
O inquérito indica também que 28 e 26 por cento dos 1.285 inquiridos nunca conduziu em excesso de velocidade nas autoestradas e nas zonas residenciais, respetivamente, um quarto nunca bebeu ou comeu enquanto conduzia e 25% nunca fez nem recebeu chamadas em sistemas mãos livres.
 
O inquérito, da responsabilidade da Continental Pneus Portugal, concluiu também que os portugueses têm consciência dos riscos da adoção de determinados comportamentos durante a condução, sendo que associam níveis mais elevados de risco ao envio de emails, fazer relatórios, ler e utilizar as redes sociais.
 
Do outro lado da escala, os comportamentos mais frequentes a que os condutores associam menor risco são a utilização telemóvel em sistema mãos livres, conduzir em excesso velocidade na autoestrada e o comer e beber.
 
Os dados analisados mostram igualmente que os condutores mais jovens, entre os 18 e os 25 anos, são os que mais reportam uma performance deficitária em situações de stress ao volante.
 
Os automobilistas que percecionam ter mais stress na sua atividade profissional são os que revelam mais comportamentos agressivos ao volante, enquanto os que se preocupam em manter um estilo de vida saudável são os que revelam menos tendência para a agressividade ao volante.
 
De entre as atitudes adotados por quem revela um comportamento mais agressivo, 35% grita com os outros condutores, um terço diz palavrões e 29% Buzina com os outros.
 
Quase a totalidade dos inquiridos mostra preocupação ao volante quando as condições meteorológicas são adversas, quando transportam crianças no carro e em situações de cansaço.
 
De acordo com o mesmo estudo, os condutores que mais têm comportamentos de risco ao volante são os que dormem menos.
 
As questões disponibilizadas no inquérito, coordenado pelo IPAM (escola de marketing) tinham como objetivo analisar e caracterizar o comportamento de condução, a atividade profissional exercida, caracterização dos tempos livres, estilo de vida saudável, bem como uma caracterização sociodemográfica.
 
Algarve Primeiro