No próximo dia 19 de setembro, pelas 15h00, o Arquivo Municipal de Loulé recebe a Conferência “O Fundo do Juiz de Órfãos de Loulé - A justiça, os órfãos e a gestão do seu património (séculos XV e XVI)”, por Maria de Fátima Machado.
Segundo explica nota da autarquia de Loulé, a documentação do Fundo do Juiz de Órfãos de Loulé permite conhecer, por um lado, as competências, o modo de funcionamento e a evolução dos juízos dos órfãos e, por outro, o tipo de proteção proporcionada aos menores órfãos e a forma como eram geridos os seus bens. Trata-se de um fundo documental para o estudo destas temáticas, ainda pouco exploradas, pelo facto de cobrir quase todo o século XV, caso único no panorama nacional, por incluir diversas tipologias documentais, nomeadamente, inventários de bens, processos relativos a tutorias e um livro do juiz dos órfãos.
Nos livros de vereações de Loulé constam informações sobre a mesma temática, que, uma vez cruzadas, permitem conhecer de forma mais fidedigna como se cuidava dos órfãos e dos seus bens nos séculos XV e XVI.
Para garantir a segurança dos órfãos e, principalmente, dos seus bens, numa época em que, por causa da curta esperança de vida, o número de órfãos era elevado, foi criado o cargo de juiz dos órfãos.
O seu titular, dependendo da terra e da época, tanto podia ser eleito pela vereação local como nomeado pelo senhor da terra ou pela Coroa e podia exercer funções de forma temporária (normalmente mandatos de três anos) ou vitalícia.
Doutora em História e mestre em História Medieval, Maria de Fátima Machado é investigadora do CITCEM (Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória) e professora de História no Agrupamento de Escolas de Lousada Norte e na Escola Superior de Educação / Instituto Politécnico do Porto.
Os trabalhos que tem desenvolvido e publicado privilegiam a história económica e social, nomeadamente a assistência, e incidem especialmente o século XVI.
Esta iniciativa tem entrada livre.