Os canhões estão patentes no Museu de Portimão desde a sua inauguração em 2008.
Os dez canhões do Arade, provenientes de recolha arqueológica subaquática realizada na Ponta do Altar, frente a Ferragudo, foram classificados como conjunto de interesse nacional, com a designação de ‘Tesouro Nacional’, durante o último Conselho de Ministros dedicado à Cultura, tendo o respetivo decreto sido publicado a 22 de abril, confirma a autarquia de Portimão em comunicado.
Classificação que já tinha sido aprovada pela Secção de Museus, da Conservação e Restauro e do Património Cultural (SMUCRI) do Conselho Nacional de Cultura, e publicada em Diário da República no passado dia 10 de março.
O resgate das dez bocas-de-fogo em bronze recolhidas ao largo da Ponta do Altar teve lugar entre 1992 e 2006, encontrando-se três exemplares patentes no Museu de Portimão, enquanto os outros sete estão depositados na coleção do Centro Nacional de Arqueologia Subaquática, em Lisboa.
Conforme lembra o município, o conjunto agora qualificado como de interesse nacional está associado ao contexto de naufrágio de um navio eventualmente ao serviço da coroa espanhola, o qual terá ocorrido durante o período da União Ibérica, que se verificou entre 1580 e 1640.
Encontrados de forma dispersa, os dez canhões são considerados das mais significativas coleções de artilharia do século XVII, representando um importante testemunho da navegação transoceânica da época e da passagem pela costa portuguesa das rotas de ligação entre Espanha e os seus territórios ultramarinos.
A classificação de ‘Tesouro Nacional’ é o grau mais elevado atribuível a uma peça museológica, conferindo a cada um dos canhões o estatuto de peça móvel mais importante da região e uma das mais significativas de todo o país, tendo esta determinação sido publicada em Diário da República no passado dia 10 de março.
Patentes no Museu de Portimão desde a sua inauguração em 2008, os canhões não podem ser vistos neste momento pelo público, devido à decisão governamental, anunciada no dia 16 de abril, de fazer recuar Portimão para a primeira fase do conjunto de regras em vigor no atual processo de desconfinamento para combater a Covid-19.
A partir do momento em que reabrir portas, o Museu voltará a exibir os três valiosos canhões, integrados na exposição permanente “Portimão – Território e Identidade”, no seguinte horário: terça-feira, das 14h30 às 18h00 e de quarta-feira a domingo entre as 10h00 e as 18h00, com entrada livre das 10h00 às 14h00.