Segundo a ciência, conviver com uma pessoa narcisista acarreta prejuízos físicos, mentais e emocionais difíceis de ultrapassar.
Quem sofre de Transtorno de Personalidade Narcisista não se dá conta dos danos que provoca às pessoas em seu redor, mas acaba por afetar-lhes a autoestima, a autoconfiança. Apresenta-se de forma sedutora, carismática, envolvente, mas o seu principal objetivo é ser o centro das atenções e obter tudo o que os outros lhe possam dar com mais ou menos consciência.
A pressão é tão forte que, as pessoas que procuram apoio psicológico relatam que, «só quando se afastaram deste tipo de personalidade é que conseguiram respirar fundo e desfrutar da vida em pleno». A ciência considera verdadeiros “sobreviventes” a todos quantos conseguiram libertar-se dessa asfixia paralisante, sem esquecer que, as marcas resultantes desse tipo de relação, «são muito difíceis de curar e de ultrapassar», na medida em que são muitos os danos físicos e psíquicos daí resultantes, sustentam.
As pessoas com este transtorno são homens e mulheres frios, calculistas, maldosos e possuem comportamentos agressivos que, na maioria das vezes, demoram meses e até anos a serem descobertos.
As crianças e jovens que crescem no seio de uma família narcisista, carregam feridas que se prolongam pela vida fora, entre as mais recorrentes está o stress pós traumático, alertam os cientistas, acrescentando que, o egoísmo das pessoas narcisistas é o pior inimigo daqueles com quem convivem que perdem o direito à sua personalidade, modo de ser e de estar, acabando por considerar-se incapazes para tudo, uma vez que são ridicularizados, desvalorizados e obedientes ao ponto de perderem o sentido da sua própria existência.
O colapso mental resulta da incapacidade de os narcisistas respeitarem os limites pessoais dos outros e de aceitarem que cada um é livre de ser e de pensar, tal como pode negar um pedido e não sentir-se obrigado a ter de cumprir o que lhe é imposto.
Segundo um estudo do Departamento de Ciências Psicológicas e do Cérebro da Universidade de Louisville, o abuso emocional, como o que pode ser sofrido num relacionamento deste tipo, afeta a saúde e aumenta o risco de transtornos mentais.
As marcas traumáticas resultantes desse tipo de relação, perduram mesmo quando nos afastamos deles, levando a que as vítimas necessitem de apoio psicológico e, em muitos casos, psiquiátrico.
Os problemas mais conhecidos em pessoas que passaram por relações com narcisistas são:
1. Fibromialgia por estar relacionada ao stress crónico e emocional, normalmente resultantes de uma criação num ambiente narcisista;
2. Síndrome do intestino irritável resultantes da intensa exposição ao stress na família ou noutro contexto de elevada intensidade e prolongada no tempo que dão lugar a uma inflamação sistémica do intestino;
3. Diminuição do sistema imunitário em virtude dos altos níveis de stress a que estamos expostos, seja no trabalho, na família ou noutro contexto de exposição prolongada a pessoas que nos retiram o equilíbrio e o bem-estar. São comuns os casos de herpes, constipações frequentes, dermatite, cansaço e confusão mental, entre outros;
4. Comprometimento da saúde cardiovascular devido ao aumento da adrenalina que é uma inimiga do coração, na medida em que, contactar com este tipo de pessoas coloca-nos em alerta e com uma enorme necessidade de fuga da sua presença por sentirmos que estamos em perigo constante. É comum sentimentos de cansaço, tonturas, sufoco e asfixia, taquicardia, entre outras;
5. Saúde mental, a principal afetada pelo contato com narcisistas
Além do cansaço, da dor de cabeça, dos distúrbios intestinais ou da taquicardia, há o impacto na saúde mental. Em geral, muitos desses efeitos físicos são também sintomas somáticos do sofrimento emocional a que estamos submetidos.
Em média, as condições mentais mais frequentes nesses casos são as seguintes:
• Ansiedade.
• Stress crónico.
• Transtorno de stress pós-traumático.
• Depressão.
• Transtornos alimentares (TCA).
Muitas dessas realidades psicológicas têm como substrato a destruição da autoestima, a vergonha e o desamparo que, em muitos casos, deixa-nos bloqueados e sem saber como proteger-nos da sua arte de manipulação e abusos constantes.
Os especialistas na área da psicologia recomendam que não permaneçamos durante longos períodos na presença de pessoas com este tipo de transtorno, sob pena de as consequências serem cada vez maiores na nossa saúde física e mental, a ponto de, mesmo depois de um afastamento, ser necessário tratar as feridas e os traumas daí resultantes, ainda que, os danos físicos desapareçam mais rapidamente. É registado ainda que, quanto mais tempo permanecermos na presença deste tipo de personalidade, maiores serão os impactos negativos tanto na nossa saúde, como na qualidade de vida e nas relações que estabelecemos.